Mesmo com rejeição, governo emplaca nomes no conselho da Petrobras
Repetindo governo Bolsonaro, assembleia aprova três indicados pela União; ao todo, oito nomes foram eleitos
Na reunião da Assembleia Geral Ordinária (AGO) dos acionistas da Petrobras, ocorrida nesta 5ª feira (27.abr), oito nomes foram eleitos para compor o conselho de Administração (CA) da petroleira. Entre eles, três nomes indicados pelo governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e rejeitados pela governança da estatal: Pietro Adamo Sampaio Mendes, Sérgio Rezende e Efrain Cruz.
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Pietro e Efrain são secretários do Ministério de Minas e Energia e foram rejeitados pelo fato de ocuparem cargos no governo. Acontece que a Lei das Estatais e o estatuto da Petroleira vedam a ocupação de cargos no colegiado de representantes do Executivo.
Rezende foi vedado pelo fato de integrar a Executiva Nacional do PSB. O cargo em que ele ocupa no partido também é vedado pelas legislações vigentes. No entanto, no último dia 16 de março, o então ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Ricardo Lewandowski decidiu pela legalidade da indicação. Porém, a área jurídica da petroleira apontou que não muda as vedações do estatuto.
O governo do presidente Lula repete o feito pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) que também emplacou dois nomes ligados ao Executivo na estatal.
Além dos três indicados, o conselho elegeu Vitor Saback, Bruno Moretti, José João Abdalla e Marcelo Gasparino. O nome do presidente da estatal, Jean Paul Prates, também foi ratificado.
O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, afirmou que a eleição dos novos conselheiros é "soberana dos acionistas" e que "vai garantir equilíbrio à Petrobras". Segundo ele, "se encerrou o ciclo de desmonte da empresa para privatização empreendido pelo governo passado".
Silveira ainda atestou que "todos os indicados possuem reconhecida competência e a experiência necessária para exercer as funções para as quais foram eleitos, incluindo servidores de carreira e, inclusive, uma delegada federal, o que permitirá um olhar estratégico, íntegro e técnico, para o fortalecimento da Petrobras, garantindo o retorno dos investimentos na empresa".