Intenção de Consumo das Famílias atinge maior nível desde início da pandemia
Índice de fevereiro deste ano é 23,3% superior ao do mesmo mês em 2022
A Intenção de Consumo das Famílias (ICF) cresceu 1,3% em fevereiro, frente à registrada em janeiro, e foi a 95,7 pontos, o maior patamar desde o início da pandemia - em março de 2020. Os dados foram divulgados nesta 5ª feira (16.fev) pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC).
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A pesquisa nacional de ICF é feita mensalmente pela entidade. "Os resultados medem o grau de satisfação e insatisfação dos consumidores, em que o índice abaixo de 100 pontos indica percepção de insatisfação, enquanto acima de 100 (com limite de 200 pontos) indica satisfação", complementa a CNC. São aplicados 18 mil questionários. Os dados de consumidores são coletados em todas as unidades federativas (UFs) e compilados em sete indicadores, sendo três sobre as condições atuais (emprego, renda e nível de consumo), dois sobre expectativas para três meses à frente (perspectiva de consumo e perspectiva profissional) e a avaliação do acesso ao crédito e momento atual para aquisição de bens duráveis.
A ICF de fevereiro deste ano é 23,3% superior à do mesmo mês em 2022. A perspectiva de consumo foi o indicador que mais cresceu de janeiro para fevereiro de 2023: 3,5%. De acordo com Roberto Tadros, presidente da CNC, "isso aponta que os consumidores em geral esperam condições de consumo melhores nos próximos meses, reflexo da inflação mais controlada que no período anterior, o que acaba gerando maior satisfação em relação à própria renda".
Entre as famílias de menor renda, a intenção de consumo está em 93,1 pontos, o maior nível desde março de 2020 também. "Os consumidores de rendas média e baixa acreditam que as condições de consumo vão melhorar ao longo do primeiro semestre e estão confiantes de que a inflação seguirá moderada. Por outro lado, o indicador de acesso ao crédito caiu 0,5%, chegando aos 85,5 pontos - essa foi a primeira queda desde janeiro de 2022", acrescenta a confederação.
Já entre as famílias de maior renda, a intenção de consumir ficou estável de janeiro para fevereiro. Isso, segundo a economista da CNC responsável pela pesquisa, Izis Ferreira, demonstra mais cautela dos consumidores do grupo. De acordo com ela, eles estão menos satisfeitos com o emprego e com o nível de consumo atual, porque estão pagando mais caro pelos serviços em geral, e encontram-se descontentes com a perspectiva profissional e com o acesso ao crédito, que está mais caro e seleto a eles.
Gênero
A intenção de consumo das mulheres cresceu 2,7% em fevereiro, ante 1,2% da intenção dos homens, na comparação mensal. "A satisfação com o nível de consumo e a expectativa de consumir mais nos próximos três meses cresceu mais entre o público feminino. O público masculino está menos satisfeito com o emprego e com as compras a prazo. Na variação anual, houve alta de 26% na intenção de consumo das mulheres e 23,1% na dos homens", fala a CNC. Entretanto, a delas é de 93,8 pontos, e a deles, de 97,3.
Faixa etária
A intenção de consumo das pessoas com mais de 35 anos subiu 2,3% neste mês, frente ao registrado em janeiro, indo a 90,4 pontos. Já a dos indivíduos com até 35 anos aumentou 1,3%, e foi a 101,3. As variações anuais foram de 25,4% e 21,6%, respectivamente. Segundo Izis Ferreira, "a avaliação dos consumidores com mais idade sobre a renda atual é melhor do que a dos mais novos. Por outro lado, são os consumidores com mais idade que apontam maior dificuldade de acesso ao crédito".