Índice de Confiança do Consumidor cai 2,2 pontos em janeiro
ICC chegou a 85,8 pontos, resultado considerado insatisfatório
O índice de Confiança do Consumidor (ICC), do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV Ibre), caiu 2,2 pontos neste mês -- em comparação com o registrado em dezembro --, indo a 85,8. O anúncio foi feito 4ª feira (25.jan).
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De acordo Viviane Seda Bittencourt, coordenadora das sondagens do FGV Ibre, "o resultado reflete o pessimismo em relação aos próximos meses, embora as famílias de menor poder aquisitivo ainda se mantenham otimistas".
"A percepção sobre a situação atual não se altera muito em relação aos meses anteriores, ou seja, há uma desaceleração do mercado de trabalho, endividamento e taxa de juros elevados que continuam diminuindo as intenções de compras nos próximos meses. Há uma equiparação do nível de confiança entre as faixas de renda, mas que não significa um resultado favorável, já que todas se mantem girando em torno dos 80 pontos, nível baixo em termos históricos", complementou
O ICC é calculado mensalmente desde setembro de 2005, a partir das respostas de moradores de Belo Horizonte, Brasília, Porto Alegre, Recife, Rio de Janeiro, São Paulo e Salvador, coletadas nas três primeiras semanas de cada mês. São feitas perguntas sobre a situação econômica local no momento, situação financeira da família no momento, situação econômica local nos próximos seis meses, situação financeira nos próximos seis meses e intenção de compra de bens duráveis nos próximos seis meses.
Dessa forma, o ICC é composto pelo Índice da Situação Atual (ISA) e o Índice de Expectativas (IE). Em qualquer um deles, se o resultado for acima de 100 pontos, será considerado como favorável (satisfação ou otimismo). Abaixo de 100 pontos, desfavorável (insatisfação ou pessimismo).
Em janeiro, o ISA variou 0,2 ponto para baixo, indo a 71,1. Foi o segundo mês consecutivo em que se manteve relativamente estável. Já o IE caiu 3,6 pontos, para 96,7.
O FGV Ibre acrescenta que, entre os quesitos componentes do ISA, "houve piora da satisfação das famílias sobre a situação econômica e melhora das avaliações sobre as finanças pessoais. O indicador que mede a satisfação sobre a situação financeira das famílias subiu 0,8 ponto, para 64,4 pontos, enquanto o indicador que mede as avaliações sobre a situação econômica recuou 0,5 ponto, para 78,3 pontos e chega ao seu pior resultado desde julho de 2022 (77,9 pontos)".
Finanças
O quesito componente do ICC que mais contribuiu para a queda do índice em janeiro é o responsável por medir a perspectiva sobre a situação financeira das famílias nos próximos seis meses: foi a 97,4 pontos, uma queda de 7,6. "No mesmo sentido, os indicadores que medem o grau de otimismo com a situação econômica geral e a intenção de compra de bens duráveis recuaram 1,7 e 1,2 ponto, para 113,4 e 79,6 pontos, respectivamente", fala o FGV Ibre.