Economia

Israel: o país das startups e dos ensinamentos

Entenda como o país se tornou um dos maiores polos de inovação do planeta

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A Terra de Israel sempre foi conhecida por ser o berço do povo judeu. Mas nas últimas décadas, seu povo, cultura e ações, estão fazendo com que a região se destaque por outros motivos e todos eles estão diretamente ligados ao forte e representativo ecossistema empreendedor que foi criado e alimenta não apenas suas cidades, mas tem atraído empresas, investidores e novos fundadores do mundo inteiro -- e neste artigo eu te mostro o porquê. 

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Israel passou a ser considerado um dos maiores polos de inovação do mundo, um país que ficou conhecido mundialmente como startup nation. Apesar de pequeno territorialmente, menor que o Estado de Alagoas (com 22.145 km²), é também rodeado de países inimigos e em constante estado de guerra.


O livro Startup Nation de Dan Senor narra como a história e as circunstâncias únicas de Israel para se transformar no país com mais startups por metro quadrado em todo o mundo. Senor argumenta que, apesar da sua posição geográfica e política, Israel foi forçado a adotar e prosperar por meio do uso de tecnologia e capital humano.


Um dos primeiros exemplos da inovação israelense por necessidade foi a invenção da irrigação por gotejamento para regar as plantações no deserto com água limitada, a irrigação por gotejamento foi criada e tem sido usada em Israel e no mundo todo.

Sabe aquela história de compensar os músculos com o cérebro? Com uma pequena população, o governo exige que todos os homens israelenses se alistem por quase 3 anos e as mulheres por 2 anos.

O exército prepara e oferece aos israelenses experiências excepcionais, com foco na necessidade da dependência pela inovação e tecnologia.

Essas características e qualidades não são ensinadas somente em escolas de negócios, são aprendidas por meio das experiências reais no exército, formando jovens com um grande conhecimento multidisciplinar, perspectiva super ampliada e alto grau de maturidade.

Os que criam startups são chamados de: "Empreendedores de campo de batalha". 

A combinação de recursos humanos (e não naturais), educação e o ensino superior, o uso generalizado do inglês e o domínio da pesquisa, desenvolvimento em alta tecnologia, a mentalidade, a cultura, a tradição e a moral local, resume o sucesso na criação de startups.

Estive em Israel e pude conhecer melhor o ecossistema de startups de Israel, com 25 unicórnios | João Kepler


Existe uma ampla Integração acadêmica com a sociedade e a pesquisa tecnológica com foco em aplicações práticas que resolvam o problema do mercado e da sociedade. São 9 universidades focadas em pesquisas com fins práticos.

Como a Universidade de Telaviv, o Technion que é a universidade mais antiga de Israel, responsável por formar cerca de 70% dos fundadores e gerentes da indústria de alta tecnologia do país e a Universidade de Haifa que é líder no país nas áreas de humanidades, ciências sociais, pesquisa marinha e educação.
O famoso investidor Jon Medved, CEO da OurCrowd, uma Plataforma de investimento em startups com sede em Jerusalém, resume o ecossistema de startups:

"Temos uma longa tradição de transformar maldições em bênçãos" e completa: "Israel tem o maior número de cientistas e empresários qualificados per capita. 31% por cento dos formados em universidades israelenses buscam empregos em alta tecnologia."

De fato, Israel tem o maior número de engenheiros e cientistas per capita, muitos deles são premiados, 12 já ganharam o prêmio Nobel.


O país tem uma cultura empreendedora e nem tudo é sucesso. Em Israel se estuda, promove e celebra o fracasso. A sociedade valoriza empreendedores que fracassaram. Apenas 4 de 100 startups tiveram sucesso em um período de fracassos. Entre 1999 e 2014, de acordo com estudo do professor Udi Aharoni. Mas, o número total de startups, ainda assim, aumenta muito a cada ano.


A comunicação direta, o modo de falar o que pensa, com coragem, sem rodeios, por mais impactante e chocante que seja a mensagem, faz parte da cultura do israelense. Isso, no Brasil, é geralmente interpretado e confundido com grosseria, arrogância e até prepotência.

Mas é a partir dessa comunicação direta, clara e audaciosa, que eles trabalham suas iniciativas e startups, garantindo respostas rápidas, diminuindo os ciclos de validação, com questionamentos e feedbacks para e promover o crescimento e amadurecimento com mais agilidade. Essa forma e filosofia é conhecida como Chutzpah.


Para incentivar investimento em startups, o governo criou um modelo de incubação que fornece dinheiro para startups sem ter participação no capital social da empresa.

Existe capital abundante para startups na Nova Economia, o governo investe cerca de 4.2% do PIB em inovação e existem diversos fundos de venture capital no País.

Em 2021 foi investido US$ 25,6 bilhões em startups no País, um crescimento de quase 150% quando comparado com 2020. No entanto, e ainda assim, mais de 80% deste capital, veio de fundos estrangeiros.


Startups como Waze, Wix e Moovit, MyHeritage, SeeTree, SuperUp, Cybereason, Intervyo, SysAid, entre outras, (Israel tem 25 unicórnios) são resultados de anos de trabalho intenso e pesquisa e trouxeram muita visibilidade do mundo para Israel. Apesar de Israel ter atualmente apenas 1.748 startups registradas, uma média de uma startup para cada 5 mil habitantes.


A parte de todo contexto político, histórico e religioso do país, existe uma grande convergência e um ecossistema maduro, que faz de Israel um grande berço de startups unicórnios e uma das maiores potências high-tech do mundo, com o maior número de empresas listadas na Nasdaq fora dos Estados Unidos.
 

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