Economia

Cotações sobem após anúncio de corte na produção diária de petróleo

Redução será de dois milhões de barris por dia, o dobro do corte inicialmente projetado pela Opep

O corte foi mais fundo do que o mercado global esperava. A Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) já vinha sinalizando há alguns dias que poderia cortar a produção diária de petróleo para ajustar as cotações. Em cerca de três meses, o barril baixou da casa de U$ 120,0 para pouco mais de U$ 90,0 atuais. O movimento acompanhou a preocupação com os riscos de recessão global e, notadamente, em economias de peso determinante para o avanço da atividade global. Mas o ponto de partida parece mesmo ter sido a pandemia de covid-19, que puxou pra baixa a atividade econômica ao redor do planeta e, logo, a demanda pelo óleo. 

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A partir de novembro, a Opep e países associados vão reduzir a produção em dois milhões de barris/dia, de acordo com as agências internacionais. A proporção atinge o dobro do que a organização e os mercados imaginavam inicialmente. 

Mercado político

Origem de parte significativa da preocupação internacional com relação aos riscos de recessão, os Estados Unidos se posicionaram contra a decisão da Opep. Aumento do preço do barril significa elevar custos dentro de um mercado particularmente importante no consumo de petróleo. Da subida dos barris até o bater nos indicadores de inflação não demora muito. E aí a sinalização quanto aos juros, a política mais imediata e efetiva no enfrentamento da inflação, é o passo imediatamente seguinte. Justamente num momento em que a condução econômica do país e até o mercado financeiro local e global, respiravam contando com menor intensidade de alta de juros. Ou até com alguma estabilização, ao menos no médio prazo. 

Por conta disso, observadores já falam até na possibilidade de os EUA lançarem mão de estoques regulatórios como contra-ataque ao aumento de preços do óleo. A ideia joga no mesmo sentido de tentar privar a Rússia, também grande produtora, da receita mais alta inflada pela produção reduzida. 

Mercado financeiro 

Após o anúncio do corte na produção, os mercados internacionais reagiram com altas nas cotações. O barril do tipo Brent, que é referência para os mercados, subiu logo 1%. Já no fechamento, os contratos para dezembro saíram com alta de 1,71% e o barril cotado a U$ 93,37. O light do Texas (WTI) ganhou 1,43% cotado a U$ 87,76.

Reflexos também sobre a bolsa brasileira, que subiu 0,78% até os 117.139 pontos. A puxada veiio dos papéis da Petrobras. PETR3 (ON - ordinárias) em alta de 3,54%. PETR4 (PN - preferenciais) em evolução de 3,76%. 

Pressão Brasil

No Brasil, a medida foi de encontro ao rumo desejado pelo governo em relação à Petrobras. A partir da conclusão do primeiro turno da eleição presidencial e, consequentemente, a confirmação de que haverá segundo turno, teve início a movimentação no sentido de pressionar a estatal a não promover novos aumentos de preços de combustíveis, ao menos até a realização da segunda etapa da votação no próximo dia 30. A conferir.  

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