Pior crise alimentar em 15 anos; FMI alerta sobre aumento da pobreza
"345 milhões de pessoas estão em perigo imediato", diz relatório da entidade
O mundo vê a fome aumentar enquanto a Rússia não desiste de anexar territórios da Ucrânia. Conforme o Fundo Monetário Internacional (FMI), a guerra piorou um problema que havia começado com a pandemia de Covid-19 e gerou a pior crise alimentar em 15 anos.
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Além de impedir a Ucrânia de produzir grãos, como o trigo, a Rússia encareceu os fertilizantes e ainda provocou bloqueios comerciais com boa parte da Europa.
A entidade levantou que "345 milhões de pessoas estão em perigo imediato devido à insegurança alimentar aguda, um número sem precedentes. Em todo o mundo, mais de 828 milhões de pessoas vão dormir com fome todas as noites, de acordo com o Programa Mundial de Alimentos".
Para ajudar os mais necessitados, seja com programas sociais de distribuição de renda ou redução de impostos, seriam necessários um total de US$ 7 bilhões. E mais: o custo com fertilizantes pode somar outros US$ 9 bilhões ao balanço de pagamentos dessas nações em 2022 e 2023.
De acordo com o FMI, apesar dos preços dos alimentos já apresentarem queda em muitos países, ainda há aumento no custo de vida e, portanto, da pobreza, o que ainda deve prejudicar o crescimento econômico global.
Por fim, o comunicado da entidade reforça que, apesar dos custos, é preciso melhorar programas sociais e políticas tributárias em um curto prazo. O FMI acrescenta que "medidas protecionistas só servem para piorar a crise alimentar, respondendo por até 9% do aumento dos preços mundiais do trigo, segundo o Banco Mundial".
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