Custo de vida em SP cai pela primeira vez em mais de dois anos
Redução de 0,18% foi influenciada pela queda no valor dos combustíveis e artigos do lar
O custo de vida na Região Metropolitana de São Paulo apresentou queda pela primeira vez desde maio de 2020. Segundo dados da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP), em julho, o índice variou -0,18%, com destaque para o setor de transporte (-2,92%) devido à baixa nos preços da gasolina (-13,6%) e do etanol (-10,8%).
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Os combustíveis mais baratos ajudaram o orçamento doméstico das famílias com menores rendimentos. O custo de vida para a Classe E, por exemplo, apresentou variação de -4,10%, enquanto para a Classe A, foi de -1,86%. Outro grupo a apresentar retração no mês foi a dos artigos do lar (-0,94%), com quedas observadas nos preços médios do microcomputador (-3,3%), do televisor (-1,8%) e da roupa de cama (-1,7%).
Apesar da redução no preço dos combustíveis, nos transportes também foram registrados aumentos, como do óleo diesel (6,1%) e das passagens aéreas (6,5%). O setor de alimentação e bebidas também contabilizou alta (0,89%), sendo influenciado pelo valor cobrado pelo pão francês (4,3%) e o leite longa vida (3%). Outros derivados do leite também subiram, como o queijo (4,9%) e o iogurte (1,9%).
A redução da oferta por causa da seca deve manter os preços de leite e derivados pressionados nos próximos meses. Contudo, os dados apontam que os consumidores podem economizar nas compras de outros itens que sofreram reduções nos preços, como tomate (-28,1%), batata-inglesa (-16,8%) e alface (- 4,9%). O óleo de soja, que teve altas consideráveis, apontou declínio de 3%, assim como alguns cortes de carnes.
Na avaliação da FecomercioSP, embora a queda do custo de vida tenha sido mais concentrada no grupo de transportes, para o segundo semestre, a tendência é de um arrefecimento dos preços na média geral. As commodities, que alavancaram os custos dos alimentos no início do ano, agora estão em declínio, devendo pressionar menos os itens básicos de consumo, com exceção pontual do leite.
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"Com os reservatórios das hidrelétricas em níveis satisfatórios, a energia elétrica, principal item de habitação, não deve pressionar os preços em curto e médio prazos. Esses três grupos representaram dois terços dos gastos das famílias das classes mais baixas. Portanto, é um grande alívio para o bolso do consumidor, que pode, de forma gradual, usar as economias para quitar contas do passado e aumentar o consumo no varejo", disse a federação.