Otimismo do comércio recua pela primeira vez desde março
Pessimismo para o setor acontece devido à inflação e aos juros altos, que limitam o poder de compra
O Índice de Confiança do Empresário do Comércio (Icec), apurado pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), alcançou 124 pontos em agosto, uma redução de 1,8% em relação a julho, na comparação com ajuste sazonal. Esse foi o primeiro recuo no otimismo do varejo desde março deste ano.
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Tanto a avaliação das condições atuais quanto as expectativas para os próximos meses recuaram neste mês (quedas de 2,3% e 2,4%, respectivamente). A perspectiva dos comerciantes para o desempenho da economia no curto prazo teve a maior diminuição entre os itens avaliados, com 3,1% a menos do que em julho.
No total, 87,3% dos varejistas esperam que o comércio tenha melhor desempenho nos próximos meses, percentual que caiu no último trimestre. Por outro lado, é crescente a parcela daqueles que consideram que as condições para operação do comércio vão ficar mais difíceis: 12,7% em agosto, a maior desde julho de 2021.
Segundo a CNC, o pessimismo para o setor acontece devido à inflação e aos juros altos, que têm atuado como limitadores do poder de compra das famílias. Isso porque, mesmo com a ampliação temporária de renda com programas sociais, os níveis de endividamento e inadimplência estão mais elevados do que nos anos anteriores.
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Embora as expectativas dos comerciantes da Região Norte apresentem o percentual mais elevado (165,8 pontos de 200), o indicador obteve a maior queda na comparação regional, com redução de 3,3%. Empresários das Regiões Sul e Sudeste, por sua vez, consideram que o desempenho do setor vai piorar em relação ao ano passado, com reduções de 4,1% e 0,2%, respectivamente.