Leilão de 15 aeroportos frustra Ministério da Infraestrutura
Congonhas, um dos mais movimentados e rentáveis do país, teve apenas uma empresa interessada
A 7ª rodada de leilões de aeroportos, que acontece nesta 5ª feira (18.ago) às 14h, tornará o tráfego aéreo brasileiro majoritariamente privado, com 90% dos serviços prestados na administração de concessionárias. Quinze terminais vão a pregão.
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Entre as transações está o de Congonhas, um dos mais movimentados e rentáveis do país, que gerou grande expectativa quando anunciado para esse conjunto de concessões. Porém, os cenários político e econômico incertos, com altos juros e elevado custo de matérias-primas pode ter ocasionado uma concorrência aquém do esperado.
Congonhas só recebeu uma proposta, conforme o Ministério da Infraestrutura. É da Aena. Um grupo espanhol que, sozinho na negociação, pode fechar negócio pelo lance mínimo de R$ 740 milhões.
Justamente para que nenhum terminal fique sem proposta, o Ministério da Infraesturura organizou as rodadas em blocos. São três.
Os blocos e os lances mínimos
SP/MS/PA/MG: R$ 740,1 milhões
Norte II: R$ 56,9 milhões
Aviação geral: R$ 141,4 milhões
Fontes: PPI, Infraero, Anac e Ministério da Infraestrutura
"O lance mínimo não seria um problema. Embora, se esse leilão tivesse acontecendo em outro momento, talvez no novo governo, teria mais sucesso. Porque um leilão feito em agosto, num momento de crise econômica e incerteza eleitoral, lembrando que teve até ato pró-democracia dias atrás, afasta os investidores", analisa Ricardo Balistiero, doutor e professor de economia do Instituto Mauá de Tecnologia (IMT).
Congonhas será leiloado com mais dez aeroportos localizados em Minas Gerais, Mato Grosso do Sul e no Pará.
As empresas que conseguirem as licitações deverão fazer investimentos nos 15 terminais. Um total previsto de a R$ 7,3 bilhões.
Os blocos e os investimentos obrigatórios
SP/MS/PA/MG: R$ 5.808 milhões
Norte II: R$ 874,7 milhões
Aviação geral: R$ 552 milhões
Fontes: PPI, Infraero, Anac e Ministério da Infraestrutura
Frustrações com concessionárias
Entre analistas, causou surpresa que possíveis concessionárias, que já operam grandes infraestruturas não tenham entrado no páreo, como a CCR e a Inframérica.
O grupo espanhol Aena já tem desde a 5ª rodada, em março, seis concessões no Nordeste: Recife (PE), Maceió (AL), João Pessoa (PB), Campina Grande (PB), Aracaju (SE) e Juazeiro do Norte (CE). Os quais pagou R$ 1,917 bilhão. Os investimentos são de R$ 1 bilhão.
Santos Dumont somente em 2023
Um importante terminal, que faria parte do mesmo bloco de Congonhas, foi deixado de fora. É o aeroporto Santos Dumont, no Rio de Janeiro. Deve ser leiloado apenas em 2023.
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