"Emergência" nos oceanos: plástico e pesca predatória preocupam ONU
Aquecimento das águas mata corais, dos quais dependem 25% da vida no mar e quase 250 milhões de pessoas
"O mundo enfrenta uma emergência nos oceanos que ameaça toda a natureza e a humanidade", afirmou nesta 2ª feira (27.junho) Antonio Guterres, o secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU).
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Ele falava a milhares de representantes de governos, ativistas de meio ambiente e especialistas em aquecimento global na abertura da Conferência dos Oceanos, evento organizado em Lisboa, por Portugal e Quênia.
Os gases de efeito estufa, em boa parte, são filtrados pelos mares. Além disso, 50% do oxigênio que respiramos é gerado pela água. Sem contar o fornecimento de proteínas e outros nutrientes com peixes e algas.
Entretanto, estaria difícil para a vida marinha suportar a acidificação da água provocada pelo carbono.
"Estamos apenas começando a entender até que ponto as mudanças climáticas provocam estragos na saúde", disse Charlotte de Fontaubert, responsável pela divisão de Economia Azul, uma equipe focada no tema dentro do Banco Mundial.
Ela lembrou que, para agravar a situação, o equivalente a uma caçamba de lixo por dia é despejada nas praias. Atualmente, os microplásticos provocam a morte de um milhão de aves marinhas e a de 100.000 mamíferos a cada ano.
Pesca e extrativismo
"Ao menos um terço do número de peixes selvagens é pescado de maneira excessiva e menos de 10% do oceano está protegido", comentou Kathryn Mathews, diretora científica da ONG americana Oceana.
Além da pesca, a exploração de metais preocupa. Os debates também abordarão uma moratória para proteger o mar do extrativismo da matéria-prima para fabricar baterias para a indústria de veículos elétricos.
Ao longo da semana alguns acordos entre países podem surgir, como uma medida já adiantada de declarar como zona de proteção 30% dos oceanos e terras do planeta. Mais de 100 países vão debater essa e outras ideias.
