Novo presidente da Petrobras foi aprovado com ressalvas por comitê
Além do Comitê de Elegibilidade, o Conselho Administrativo da Petrobras avalia o candidato nesta 2ª
Apesar de ser aprovado "sem vedações', como consta na nota oficial enviada à imprensa, existem ressalvas sobre Caio Paes de Andrade na ata da reunião do Comitê de Elegibilidade (Celeg) da Petrobras.
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O indicado à presidência da estatal pelo governo federal foi aprovado por três votos a um. A opinião contrária é do presidente do Celeg, Francisco Petros, que o descreveu como "insatisfatório".
"A experiência mais constante no tempo e relevante do ponto de vista da formação de conhecimento gerencial do candidato foi realizado em empresas cuja complexidade é substancialmente menor que a da Petrobras. Ademais, uma rápida avaliação dos problemas nos quais está mergulhada a companhia indicam que um candidato com experiência na gestão de grandes empresas e/ou órgãos da administração pública e do Estado é muito necessária. Neste sentido, avalio o candidato sem as aptidões necessárias para o exercício do cargo em vista da interpretação das normas cabíveis", avaliou Petros.
Os outros votantes também apontaram problemas, mas que não são considerados impeditivos. Ainda assim pediram que o Conselho Administrativo observe, principalmente, sua experiência profissional.
"É importante que os órgãos competentes que irão apreciar, oportuna e posteriormente, a nomeação/eleição do indicado avaliem essa lacuna no currículo do mesmo de não possuir experiência de liderança pretérita em empresa de porte ou objeto social semelhante", disse Ana Silvia Corso Matter.
A formação acadêmica tem pontos contra e a favor, analisou Tales Bertozzo Bronzato: "(...) possui formação acadêmica em Comunicação Social, que não se encontra no rol preferencial das alíneas do inciso I, do § 2.º, do artigo 62, do Decreto Federal n.º 8.945/2016, mas possui curso de extensão na conceituada Duke University e MBA em Harvard, cabendo ao Conselho de Administração e posteriormente aos acionistas em Assembleia a ser convocada oportunamente, avaliarem o juízo de evidência do atendimento desses aspectos para o exercício do cargo".
A mesma característica foi observada por Luiz Henrique Caroli."Embora a formação acadêmica do indicado não seja preferencial, o mesmo possui cursos equivalentes de pós-graduação em instituições internacionais renomadas e respeitadas mundialmente", afirmou ele.
O Celeg gostaria de conversar com Caio pessoalmente antes da decisão. Porém, o candidato recusou o convite dizendo que a entrevista não é uma prática obrigatória. Os avaliadores enviaram, então, duas menasagens a ele.
Uma delas era sobre se havia recebido orientação para mudar a política de preços da companhia. A resposta: "Não tenho qualquer orientação específica ou geral do acionista controlador ou qualquer outro acionista no sentido de alteração da política de preços praticados pela Companhia",
A outra questão era aberta. Se ele gostaria de enviar alguma mensagem que fosse relevante para a avaliação. Caio rebateu com um comentário direto: "Não tenho mensagem a enviar nesse momento".
Nesta 2ª feira (27.jun), a candidatura também é avaliada pelo Conselho Administrativo da Petrobras.