Brasil recebe OCDE sem citar o que fez para ser aceito no bloco
Evento Brasil-OCDE acontece em Brasília. Bolsonaro desiste de ir para receber o apresentador Datena
O Brasil sedia até 6ª feira (24.jun) uma série de reuniões com as economias mais industrializadas do mundo. É a Semana Brasil-OCDE, organizada pelo Itamaraty e pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). Uma aproximação comum e necessária quando um país pretende ingressar no bloco econômico.
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Na semana passada, o Brasil foi aprovado pela OCDE como candidato. A partir de então, deve comprovar que tem e pretende ter cada vez mais políticas econômicas sustentáveis. Aliás, o viés da sustentabilidade se tornou uma exigência do bloco recentemente. O país é o primeiro candidato a ter que cumprir com tais exigências.
Na tarde desta 3ª feira (21.jun), durante a abertura, o ministro da Economia, Paulo Guedes, defendeu que o Brasil não só atende aos pedidos como "pode ter importância em prover segurança energética à União Europeia". Prometeu ainda que "o Brasil pode ser parte da solução para o problema mundial da sustentabilidade".
O ministro também falou de tributação, criticando que "o Brasil ficou fechado por três ou quatro décadas e não participou do recente movimento de globalização" e que "está atrasado, com impostos muito elevados sobre empresas e demais negócios e a influência da OCDE será favorável nesta frente", sem ter o que citar sobre melhorias na sua gestão.
Para ingressar na OCDE, o Brasil precisa se adequar a 253 normas e práticas relacionadas ao combate à corrupção, educação, saúde, energia e meio ambiente, entre outras. Esse processo começou em janeiro de 2017. Geralmente, a conclusão das discussões acontece em um prazo máximo de cinco anos. Ou seja, o Brasil já está levando seis meses a mais.
O pior é que os discursos da equipe brasileira durante o evento não indicam uma finalização do processo. Como pode se perceber no que disse Carlos França, ministro das Relações Exteriores. "Estamos trabalhando para processo de acessão à OCDE no menor prazo possível", disse ele.
O presidente da República, Jair Bolsonaro, não compareceu ao evento para se encontrar com o apresentador de TV, José Luiz Datena, que é pré candidato ao Senado por São Paulo.
