Índice de Confiança do Comércio sobe em maio após dois meses de queda
Além do varejo, setor de serviços registrou alta pelo terceiro mês consecutivo
Empresários do varejo parecem mais otimistas. Ao menos foi o que responderam à última pesquisa do Índice de Confiança do Comércio (Icom), feita pela Fundação Getúlio Vargas (FGV). De abril para maio subiu 7,4 pontos. Foi 85,9 para 93,3 pontos. Maior nível desde outubro do ano passado, quando alcançava 94,2 pontos.
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Para você ter noção do quanto o atual patamar é satisfatório ou não, o ideal seriam 100 pontos, que poucas vezes foi alcançado. Repare que, justamente, nos períodos de ápice da pandemia, nos segundos trimestres de 2021 e 2020, a curva despencou.
O Icom é uma média de dois índices, o de Situação Atual (ISA) e o de Expectativa (IE). Nesse mês, o ISA subiu 8,2 pontos, terceiro resultado positivo consecutivo, chegando a 101,1 pontos. Já o IE avançou 6,1 pontos e quase recuperou a perda de abril, atingindo 85,7 pontos.
"O ISA ultrapassa os 100 pontos influenciado pela recuperação da demanda pelo terceiro mês consecutivos. Apesar da alta do IE, ela reflete apenas uma redução do pessimismo dos empresários, já que o índice permanece em patamar mais baixo. A liberação de recursos pode estar ajudando o cenário favorável do segundo trimestre, mas a continuidade para o médio prazo ainda depende de reduções da incerteza, melhora da confiança do consumidor e evolução das variáveis macroeconômicas", disse Rodolpho Tobler, economista do FGV IBRE.
Serviços continuam em alta
A FGV também publicou o Índice de Confiança de Serviços (ICS). Subiu 2,1 pontos em maio, para 98,3 pontos, o maior nível desde outubro de 2021, quando chegou aos 99,1 pontos.
"A confiança do setor segue em trajetória favorável pelo terceiro mês consecutivo. A alta desse mês foi, mais uma vez, influenciada tanto pela melhora na percepção do volume de serviços no mês quanto pela evolução favorável das expectativas. Outros pontos positivos são a aproximação do nível neutro de 100 pontos e a disseminação entre os segmentos", avaliou Rodolpho.
A alta do ICS atingiu 9 dos 13 segmentos pesquisados. O resultado deste mês foi influenciado tanto pela melhora na avaliação das empresas sobre a situação atual quanto das perspectivas para os próximos meses. O Índice de Situação Atual (ISA-S) avançou 2,1 pontos, para 98,1 pontos, maior nível desde dezembro de 2013 (99,1 pontos). O Índice de Expectativas (IE-S) subiu 1,9 ponto, para 98,5 pontos, maior nível desde dezembro de 2021 (98,7 pontos).
Rodolpho ainda analisou que "no curto prazo, ainda é possível imaginar uma continuidade da trajetória positiva com a liberação de recursos que podem estimular a demanda, recuperando assim, as perdas ocorridas ao longo da pandemia. No médio e longo prazo, o ambiente macroeconômico desfavorável parece ser um fator impeditivo".