Pet com crachá: empresas ampliam benefícios para quem tem cão e gato

Incluir o pet na vida profissional dos funcionários tem sido um recurso cada vez mais usado pelas empresas para promover a saúde mental das equipes e ainda tornar as vagas mais atrativas -- principalmente com a retomada do trabalho presencial. Os benefícios vão desde promover licença "PETernidade" para quem adota um bichinho, até permitir que o funcionário conviva diariamente com animal de estimação dentro do escritório.

Nesta 3ª feira (10.mai), a Nestlé abriu as portas para receber, todos os dias, os animais de estimação dos funcionários da sede do escritório, que fica na zona sul de São Paulo. Mas não basta chegar na empresa com o cachorro na coleira: os tutores precisam se inscrever previamente no programa para fazer a reserva, pois são permitidos apenas dez pets por dia. Ainda é preciso comprovar que os animais estão com a vacinação atualizada. O dono é quem providencia água fresca, alimentação e leva os brinquedos, além de se responsabilizar pela higiene e cuidados do animal.  

Um andar foi reservado para quem optar por levar o pet ao trabalho. Neste local, os animais podem transitar livremente e o dono escolhe se é melhor manter o bichinho na coleira ou não. Dois elevadores -- de um total de seis -- foram destinados para uso de pets, e só um cachorro ou gato pode entrar por vez. No ambiente externo da empresa foi construída uma área de pet place para cães e uma outra será montada apenas para gatos. A ideia é que os funcionários usem o espaço para descompressão. Renata Scaf Silveira, gerente de informação veterinária da Nestlé, elenca os benefícios de se ter o pet por perto no trabalho. "Sem dúvida os pets melhoram o ambiente laboral. A gente fala que eles são moduladores de ansiedade, inclusive temos estudos nos Estados Unidos que apontam que acarinhar o animal ajuda a diminuir as frequências cardíacas, ou seja acalma", explica.

Essa é uma expansão do programa Pets at Work -- uma iniciativa realizada em datas pontuais com programação especial tanto para o pet quanto para o tutor. Ao longo das seis edições do programa, a empresa recebeu mais de 500 pets. Segundo a pesquisa Radar Pet 2021, o número de animais nos lares brasileiros cresceu 30% durante a pandemia, e 23% dos tutores adquiriram seu primeiro bichinho no período de isolamento social.

Frederico ganhou crachá

Nesta 3ª, o Frederico, cão vira-lata de 1 ano e 3 meses, saiu do esquema "home office" e encarou um dia no escritório com a dona, Nathalia Ferreira, coordenadora de recrutamento e seleção. Ela adotou Fred durante a pandemia, em novembro do ano passado, e, desde então, ele se habituou a ficar em casa, mas com mais gente. Nathalia conta que essa é a primeira vez do cãozinho no escritório, por conta da retomada do trabalho presencial, mas que pretende trazê-lo pelo menos uma vez na semana. "Como hoje foi o primeiro dia de experiência do Fred na empresa, ele ficou um pouco agitado, quis brincar com outros cachorros, latir toda hora, mas tudo é adaptação, porque na parte da tarde ele estava mais tranquilo", conta a funcionária da Nestlé. "Eu fico preocupada em deixá-lo em casa sozinho, meu coração corta, eu evito e agora tenho essa opção", acrescenta.

Licença PETernidade

Várias empresas já aderiram a um programa estruturado pela Petz, rede brasileira de pet shops, que prevê a licença "PETernidade". O funcionário que adota um cachorro ou um gato é dispensado do trabalho por cerca de dois dias para fazer a adaptação do novo animal de estimação em casa. A licença é remunerada. Para ter direito ao benefício, os colaboradores precisam apresentar ao RH os documentos que comprovam a adoção.

Segundo a empresa, os dias de ausência no trabalho possibilitam que o novo tutor se dedique à chegada do pet com foco e cuidados merecidos, além de ser o momento de conhecer e construir um vínculo com o novo amigo. É importante usar também esse período para se informar e aprender o máximo sobre a espécie, bem-estar animal e como garantir mais qualidade de vida para o novo companheiro.