Queda no consumo nacional aumenta preocupação de empresários, diz CNI
Alta mais expressiva ocorre entre grupos que consideram aumento dos juros um problema
Um levantamento feito pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), divulgado nesta 3ª feira (19.abr), mostrou que a queda no consumo nacional durante o primeiro trimestre de 2022 está aumentando a preocupação dos empresários. Segundo a pesquisa, que contou com a participação de 1.842 empresas, a taxa de juros elevada e dificuldades com logística também estão entre os receios do grupo.
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Dos entrevistados, 58,8% consideram a falta ou o alto custo da matéria-prima o principal problema enfrentado pela indústria atualmente. Ao mesmo tempo, a queda no consumo foi citada por 25,5% dos empresários industriais, número que vem aumentando há dois trimestres. No segundo trimestre de 2021, por exemplo, o nível atingiu 19,4%.
Marcelo Azevedo, gerente de Análise Econômica, explica que, isoladamente, o percentual não parece ser tão alto, mas dado o momento em que a oferta começa a se ajustar, a demanda se mostra insuficiente. "A dificuldade de acesso à matéria-prima começa a ter uma pequena redução e o problema de demanda fica mais evidente. É realmente uma situação muito complicada", diz.
O aumento mais expressivo ocorre na parcela do empresariado que considera as altas taxas de juros um problema. Passou de 14,2% para 20,8%, sendo o quarto trimestre consecutivo de crescimento. No fim do ano passado, apenas 7,6% consideravam os juros um obstáculo ao negócio. Além disso, as dificuldades na logística de transporte já afetam 13,8% ante 11,8% no trimestre anterior. Esse é o terceiro trimestre seguido de alta.
Apesar das dificuldades, a produção industrial apresentou crescimento vigoroso em março de 2022. O índice de evolução da produção ficou em 54,5 pontos, resultado que está acima da linha divisória entre queda e crescimento da produção. Desde dezembro, o índice encontrava-se abaixo do patamar dos 50 pontos.
Intenção de investimento
A intenção de investimento manteve-se estável em abril. O índice de intenção de investimento alcançou 56,6 pontos, permanecendo acima da média histórica de 51 pontos.
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