Economia

Entenda a queda do dólar e os riscos de investimentos

Vale investir na moeda norte-americana? Confira o que dizem os especialistas

Depois de seguidas quedas registradas durante a semana, o dólar inicia esta 2ª feira (4.abr) tendo como valor de referência a cotação mais baixa desde o início da pandemia. A moeda norte-americana fechou a 6ª feira (1º.abr) a R$ 4,66. Em março de 2020, a moeda valia R$ 4,64 e, em dois anos, já chegou a custar quase R$ 6. 

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No acumulado do ano de 2022, o dólar teve baixa de 16,29% frente ao real. A baixa pode ser explicada por uma série de fatores e, um deles, é a própria crise sanitária. Quando a pandemia foi decretada pela Organização Mundial da Saúde (OMS), houve um pânico generalizado e, consequentemente, fuga de capital. Isso porque, para os investidores, não era interessante ficar em mercados de economias emergentes, como a brasileira, por serem mais propensas a riscos. Por isso, o real se desvalorizou naquele período.

O que ocorre agora é o movimento reverso. Logo, é natural que muitas moedas se valorizem em relação ao dólar. "A fase dos confinamentos generalizados e de grande incerteza (sobre o vírus) já passou. Logo, há uma tendência maior para que ativos e fundos de investimentos que haviam se protegido em títulos mais seguros voltem aos mercados emergentes", explica Felipe Queiroz, economista e pesquisador da Unicamp. 

Outro fator, segundo o especialista, é a alta da inflação no Brasil, que pressionou também a disparada da taxa de juros. A taxa básica de juros serve como referência para o retorno dos investimentos. Com o valor em alta, aplicações financeiras se tornam mais atraentes. Isso porque, ao invés de correr riscos, o investidor terá uma garantia de retorno a médio e longo prazo.

A alta taxa de juros praticada em diversos países, aliada à elevação no preço das commodities (matérias-primas), incentivam o fluxo de dólares e derrubam a cotação da moeda norte-americana. Além disso, o conflito armado entre Rússia e Ucrânia também influencia a economia mundial, já que os dois países têm papel fundamental no mercado agrícola, representando 53% do comércio global de óleo de girassol e 27% do trigo, segundo relatório da Organização das Nações Unidas (ONU).  

A guerra afugentou o investidor da Europa, que hoje busca retorno em um cenário mais tranquilo. A possibilidade de uma escassez de matéria-prima também impulsionou o preço das commodities e aumentou o volume de dólar que circula no Brasil. "Temos que levar em consideração que, no câmbio, a moeda não é só um elemento econômico, é um elemento político também. E a correlação de forças no mercado internacional influencia a cotação dessas moedas", ressalta Queiroz. 

É o momento certo para comprar dólar?

Apesar do preço atrativo, é preciso ter cuidado. "Em qualquer cenário de guerra, de crise e de turbulência, todas as variáveis se tornam muito mais incertas", explica o economista. Segundo ele, é difícil prever se a moeda norte-americana continuará no patamar em que está ou se irá valorizar ou desvalorizar ainda mais.  "Há a incerteza, a instabilidade e o risco iminente de haver uma implosão no sistema financeiro. É nesse sentido que não dá pra traçar um cenário com certeza", reitera.
 

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