76% dos restaurantes tiveram afastamento por covid ou gripe em janeiro
Isso é o que mostra um levantamento da associação nacional do setor (Abrasel)
Quadro de gripe ou covid-19 levou ao afastamento de pelo menos um funcionário em 76% dos bares e restaurantes no Brasil, em dezembro ou janeiro, segundo um levantamento realizado pela associação nacional do setor (Abrasel). A pesquisa consultou mais de 1,3 mil empresários em todo o país, entre 15 e 27 de janeiro, visando a saber quantos estabelecimentos haviam constatado afastamento de colaboradores, nos 30 dias anteriores, por causa das doenças.
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Em média, 24% da força de trabalho dos bares e restaurante, ou quase um em cada quatro funcionários desses locais, foi afastada devido a infecção pelo coronavírus, nesse período de um mês. Segundo o presidente-executivo da Abrasel, Paulo Solmucci, os afastamentos ocorreram num momento de "alta procura" pelo consumidor e "trouxeram muito transtorno". "É uma força de trabalho que tem de ser coberta e isso pressiona mais os custos de um setor já muito endividado. No entanto, temos também o que comemorar, como a recuperação gradual do faturamento", completou.
O número de estabelecimentos que disseram ter obtido lucro no período de 30 dias (34% do total) foi superior aos que relataram prejuízo (31%). De acordo com a Abrasel, é a primeira vez que isso ocorre na pandemia. Parte dos bares e restaurantes também (34%) afirmou ter ficado em equilíbrio em relação ao faturamento e despesas. No pior momento para o setor na pandemia, em março do ano passado, 82% dos locais disseram estar operando com prejuízo. Considerando todo o resultado do ano passado, 45% dos empresários afirmaram ter ficado no prejuízo.
Outro dado do levantamento mostra que 51% dos bares e restaurantes tomaram empréstimo via Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (Pronampe). Desse total, 20% tem uma parcela em atraso para pagar. Parte dos estabelecimentos (22%) falam correr risco de falir por causa dos aumentos nos juros. Para Solmucci, os reajustes constantes nos juros quebram "a estratégia financeira das micro e pequenas empresas, que são a grande maioria do nosso setor". Atualmente, 90% dos estabelecimentos do setor estão no Simples Nacional -- regime tributário especial para micro e pequenas empresas -- e, destes, 48% tem parcelas em atraso.
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