FGV lança novo índice para reajustar valor de aluguéis; entenda
Especialista explica como índice é calculado e sua aplicação no mercado imobiliário
Donos de imóveis que desejam reajustar valores de aluguéis em 2022 contarão com uma nova alternativa lançada pelo Instituto Brasileiro de Economia (Ibre), da FGV. O Índice de Variação de Aluguéis Residenciais (IVAR), criado para medir a evolução mensal dos valores de aluguéis residenciais no Brasil, usa informações obtidas diretamente de contratos assinados entre locadores e locatários sob intermediação de empresas administradoras de imóveis.
+ Leia as últimas notícias no portal SBT News
"Principalmente em 2020, no meio da pandemia, famílias se viram numa situação de redução de renda e perda de emprego. Isso acabou gerando renegociações entre inquilinos e proprietários, que muitas vezes até reduziram o valor dos aluguéis. O índice vai acompanhando todas essas variações ao longo do tempo e, a cada mês, dá a variação média do valor", explica Paulo Picchetti, coordenador do Índice de Preços ao Consumidor (IPC), do FGV Ibre.
Atualmente, o mercado imobiliário costuma usar o Índice Geral de Preços e Mercado (IGP-M), também calculado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), para definir os reajustes de aluguéis. No entanto, em 2020 e 2021, esse índice subiu consideravelmente. Com isso, os preços dos aluguéis também dispararam.
Assim, Picchetti explica que, mesmo que alguns contratos tivessem a previsão do reajuste de acordo com o índice, a variação acabou não sendo aplicada. "Principalmente no contexto onde a capacidade das pessoas de honrar com os compromissos caiu muito durante a pandemia", pontua.
O economista acrescenta que o IGP-M foi criado para ser representativo da economia como um todo, e não especificamente do mercado imobiliário. O IVAR, por outro lado, irá adicionar qualidade sobre a informação disponível no setor.
Porém, o índice a ser utilizado para reajustar os valores dos aluguéis ficará a critério do analista, proprietário ou inquilino. "Mas o fato é que a gente tem hoje uma informação que antes não existia e isso ajuda qualquer mercado e qualquer participante desse mercado", completa Picchetti.
