Inflação pressiona Banco Central dos EUA a elevar taxas de juros
Preço da energia subiu 30% em relação ao ano anterior, enquanto os alimentos registraram alta de 5,3%
A pressão para que o Banco Central dos Estados Unidos aumente as taxas de juros vem se intensificando. Na 4ª feira (10.nov), o Departamento do Trabalho divulgou um relatório apontando o aumento da inflação do país, que teve alta de 6,2%. O número, segundo especialistas, não era visto há mais de 30 anos.
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Conforme o documento, o aumento dos preços foi de 0,9% no mês de outubro - mais do que o dobro do registrado em setembro, de 0,4%. Os mercados financeiros foram surpreendidos com a alta, que veio depois que o governo de Joe Biden e o Banco Central tentaram minimizar os custos crescentes, argumentando que eles são um fenômeno temporário impulsionado pelo impacto sem precedentes da covid-19 na cadeia de abastecimento global.
O aumento, no entanto, foi amplo, com altas nos índices de energia, abrigo, alimentos, carros e caminhões usados entre os maiores contribuintes. "O índice de energia subiu 4,8% no mês, enquanto o índice da gasolina subiu 6,1% e os demais principais índices do componente energético também subiram. O índice de alimentação subiu 0,9% enquanto o índice de alimentação em casa subiu 1%", informou o departamento.
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Na semana passada, o presidente do Banco, Jerome Powell, alertou que a inflação estava "durando mais do que o previsto". Segundo ele, a entidade ainda espera que os recentes aumentos de preços sejam "transitórios", mas acrescentou que é "muito difícil prever a persistência de restrições de oferta ou seus efeitos sobre a inflação".
Segundo o relatório, os preços da energia subiram 30% em relação ao ano anterior, enquanto os alimentos subiram 5,3%. Os consumidores americanos estão pagando mais por roupas, peças de automóveis e cortadores de grama. Com isso, os economistas esperam que agora o Banco Central mude sua estratégia e comece a aumentar, mesmo que aos poucos, a taxa dos juros.