Primeiro dia do leilão do 5G arrecada mais de R$ 7 bi e traz novas empresas ao setor
As três grandes operadoras de telefonia móvel disputarão clientes com companhias menores
A Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) concluiu, nesta 5ª feira (04.nov), o primeiro dia de leilão de quatro faixas de radiofrequência para implantação da tecnologia 5G e ampliação do 4G. As faixas funcionam como "caminhos" pelos quais trafegam dados e voz. Os principais lotes foram arrematados pelas grandes operadoras do país: Claro, Vivo e TIM, que poderão oferecer o 5G nacionalmente.
O resultado parcial ficou acima da expectativa do governo e de consultores da área de telecomunicações. Só neste primeiro dia, o governo arrecadou quase R$ 7,1 bilhões, um ágio médio de 250% sobre os preços mínimos estipulados pela Anatel para cada lote ofertado. Parte desse ágio será convertida em obrigações que as companhias vencedoras terão que cumprir em suas áreas de atuação.
O interesse das empresas foi grande. Dos 29 blocos ofertados, 26 foram arrematados. A primeira vencedora foi a Winity, empresa criada pela gestora de investimentos Pátria, que arrematou a faixa de 700 MHz, usada na internet 4G, por R$ 1,427 bilhão. A nova operadora de telefonia móvel terá que levar o sinal a 31 mil quilômetros de rodovias federais e municípios sem cobertura.
Os três lotes da faixa de 3,5 GHz, a principal do leilão, foram arrematados pelas companhias Claro, Vivo e TIM, por um valor somado de R$ 1,1 bilhão. O quarto lote ofertado não recebeu lances. Esta faixa vai levar a nova tecnologia 5G diretamente ao consumidor final.
As três maiores operadoras do país vão ter que cumprir exigências como migrar o sinal da TV parabólica para outra faixa de frequência, construir uma rede privativa de comunicação para o governo federal e instalar cabos de fibra óptica submersos na Região Amazônica.
As operadoras terão que disponibilizar ainda o sinal da internet 5G em todas as capitais e no Distrito Federal até julho do ano que vem. O serviço deve ser ampliado, gradativamente, para os demais municípios até 2029.
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O ministro das Comunicações, Fábio Faria, comemorou os resultados já alcançados pelo leilão. "É o primeiro país da América Latina a implementar o 5G, é o maior leilão de telecomunicações já feito na história do Brasil e da América Latina. Os valores estão acima das expectativas. Não gosto de falar antes do resultado final, mas já temos uma ágio bastante positivo aí, que vai fazer com que a gente possa ter ainda mais investimentos no setor".
O presidente Jair Bolsonaro destacou a importância de atender aos brasileiros que ainda não estão conectados à internet. "São quase 10 mil localidades pequenas que não têm internet e vão ter. É informação que chega na ponta da linha, essas pessoas se integrando com o Brasil e com o mundo".
Leonardo Euler, presidente da Anatel, que conclui hoje seu mandato à frente da agência, também comemorou: "A gente, pela primeira vez no Brasil, fez um leilão efetivamente não arrecadatório, que vai promover muitos compromissos de investimentos e, dessa forma, aprimorar a infraestrutura de conectividade digital no Brasil".
Também foram leiloadas faixas de frequência para levar o 4G a cerca de 9 mil localidades que ainda convivem com a defasada tecnologia 3G e, também, para ampliar a cobertura do 4G a 95% da área urbana de todos os municípios que já operaram com a tecnologia atual.
Concorrência
Pelo menos três empresas estrearão na prestação de serviços de telefonia celular, disputando mercado com as três grandes operadoras do país. A Winity II, criada pelo fundo de investimentos Pátria, levou a faixa de 700 MHz por mais de R$ 1 bilhão e vai operar em todo o país e implantar infraestrutura de telefonia celular nas rodovias federais.
A Cloud2U, ligada à indústria de equipamentos Greatek, arrematou um lote regional na faixa de 3,5 GHz e vai oferecer serviços no estado do Rio, em Minas Gerais e no Espírito Santo.
Outra novidade foi o apetite da Brisanet, empresa cearense que arrematou licenças para operar nas regiões Nordeste e Centro-Oeste.
Outras três já exploram nichos do mercado brasileiro: a mineira Algar, de Uberlândia (MG); a estatal paranaense Copel (integrante do consórcio 5G Sul); e a também paranaense Sercomtel.
O leilão do 5G prossegue nesta sexta-feira (04.nov), com lances a outros lotes das faixas de frequência.
Veja reportagem do SBT Brasil:
