CNI: 9 em cada 10 empresas evitam desperdício de água e energia
Na visão de 94% dos empresários, existem oportunidades nas ações sustentáveis
Nove em cada 10 empresas brasileiras industriais de médio e grande porte adotam práticas de gestão de resíduos e ações para diminuírem o desperdício de água e energia, segundo um levantamento divulgado nesta 6ª feira (28.out) pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). Foram consultadas 500 companhias entre os dias 13 e 22 de novembro deste ano, em todos os estados do país.
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Questionadas a respeito de oito práticas sustentáveis -- ações para evitar o desperdício de água, ações para evitar o desperdício de energia, gestão de resíduos sólidos, processos para reduzir ou acabar com a poluição do ar ou da água, logística reversa de produtos, uso de fontes renováveis de energia, monitoramento de gases do efeito estufa e ações de reflorestamento --, 98% disseram adotar ao menos uma. Um em cada quatro executivos afirmaram que seu primeiro ou segundo ponto principal de atenção é o descarte de resíduos, que configura, portanto, a maior preocupação dos entrevistados no que diz respeito a uma atuação sustentável por parte da empresa.
Ainda de acordo com a pesquisa, 94% das companhias veem oportunidades nas ações sustentáveis e 63% dizem que aumentarão os investimentos em sustentabilidade nos próximos dois anos. Nos últimos 18 meses, apesar da crise econômica provocada pela pandemia, 28% investiram mais nessas práticas. Entre os principais fatores que incentivam os empresários a fazer esse tipo de investimento, estão a reputação perante a sociedade e os consumidores (41%), o atendimento às exigências regulatórias (40%), a redução de custos (32%) e o aumento da competitividade (29%).
Já a falta de cultura voltada para o tema (48%), a falta de incentivos do governo (47%), os custos adicionais (33%) e a falta de crédito ou financiamento (20%) foram os mais mencionados como barreiras para a adoção da agenda sustentável. O Estado deve controlar e estimular o respeito a regras ambientalmente sustentáveis por parte das empresas, na visão de 71% dos executivos.
De todo modo, 40% das empresas possuem algum estratégia ou agenda de sustentabilidade aprovada pela direção. Além disso, 52% delas já se deparou com exigência de certificado ou ação ambientalmente sustentável para ter contratado o fornecimento de produtos. Por outro lado, apenas uma em cada três companhias já impôs os mesmos critérios para seus fornecedores.
Outro dado mostra que 72% dos executivos estão pouco ou nada familiarizados com a sigla em inglês ESG (Environmental, Social and Governance), que se refere a práticas sustentáveis baseados nos pilares ambiental, social e de governança. Entretanto, para 81% deles, o ESG é importante ou muito importante. Os empresários que consideram suas empresas como mais avançadas ou no mesmo patamar que a indústria mundial em relação a sustentabilidade correspondem a 55% do total, enquanto 42% admitem que as respectivas companhias estão atrasadas. No próximo domingo (31.out), terá início a Conferência da ONU sobre Mudança Climática, a COP-26, na Escócia.
Segundo o gerente de meio ambiente e sustentabilidade da CNI, Davi Bomtempo, "meio ambiente e sustentabilidade sempre esteve presente na estratégia da entidade. Faz parte dos planos de ação, muito divididos, tanto no uso eficiente dos recursos naturais, quanto também para transição de uma economia de baixo carbono". "Atualmente estamos trabalhando numa estratégia que vai promover essa transição, com quatro grandes pilares, começando por carbono, energia, economia circular e também conservação florestal. Foram essas temáticas que, a partir da influência de políticas públicas que a CNI identificou como sua grande contribuição para a redução de emissões, para o cumprimento aí das chamadas metas climáticas, das nossas chamadas NDCs", completou.
Veja a pesquisa na íntegra:
Pesquisa Indústria e Sustentabilidade by Guilherme Delinardi Resck on Scribd