Guedes diz que "metade da inflação é por comida e energia"
Em entrevista nos EUA, ministro ainda afirmou que governo promoveu o distanciamento e transferiu renda
O ministro da Economia, Paulo Guedes, culpou o preço dos alimentos e da energia elétrica pela alta da inflação, o que, segundo ele, estaria acontecendo no mundo todo. As declarações foram dadas em entrevista à CNN Internacional, durante viagem do ministro aos Estados Unidos.
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"A inflação está [aumentando] no mundo todo. Metade da inflação é por comida e energia, é por isso que nós vamos manter a proteção social. Vamos aumentar a transferência social para pagar pelos preços da comida e da energia. E é o que está acontecendo no mundo todo", afirmou.
Na entrevista ao programa First Move, Guedes também rebateu a jornalista Julia Chatterley sobre a condução do governo em resposta à pandemia de covid-19. Lembrando as mais de 600 mil mortes no país, a entrevistadora questionou a estratégia de manter a economia aberta.
"Nós gastamos mais que o dobro do que a média dos países emergentes e 10% mais do que os países ricos salvando vidas", declarou o ministro, acrescentando que afirmações sobre uma suposta escolha do governo são fruto de "barulho político": "Nós praticamos o distanciamento. Por isso o PIB caiu 4,1%. Por isso que o desemprego subiu, mas o que houve é que nós temos vacinação em massa e a economia está crescendo [...] Nossa escolha foi manter vidas em primeiro lugar. Por isso gastamos 110% o PIB em transferência de renda para pessoas pobres, para que elas praticassem o distanciamento social".
Pacote ambiental e offshores
Guedes ainda mencionou um pacote de US$ 2,5 bilhões (equivalente a cerca de R$ 13,8 bi) em infraestrutura verde que deve ser apresentado em novembro, na COP26. "Sabemos que o futuro é verde e digital e nós estaremos lá. O Brasil é uma potência verde e o quarto maior mercado digital do mundo."
Questionado sobre as offshores em um paraíso fiscal -- reveladas pela investigação jornalística batizada de Pandora Papers --, o ministro disse que "não fez nada de errado" e que sua empresa no exterior é "legal, reportada ao Comitê de Ética da Presidência, declarada na Receita Federal e registrada no Banco Central": "Eu saí do comando da empresa semanas antes de assumir o ministério".
