Veículos licenciados em setembro cai 10,2%, diz Anfavea
Cenário é o pior resultado desde junho de 2020; Falta de semicondutores ainda afeta a indústria automotiva
A Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) divulgou nesta 4ªfeira (06.out) as novas previsões para o fechamento do ano em licenciamento, produção e exportação de novos veículos. A associação divulgou também o balanço da indústria automobilística até setembro que apontou para o pior resultado desde junho de 2020.
No último mês, 155,1 mil veículos foram licenciados, queda de 10,2% sobre agosto, com 172,8 mil unidades. Este é o pior resultado do setor desde junho de 2020.
No acumulado do ano, a comercialização cresceu 14,8%, com 1,577 milhão de unidades este ano e 1,374 milhão em 2020. O dado foi impulsionado especialmente pelo segmento dos comerciais leves, que envolve picapes, furgões e vans.
As exportações registraram 277 mil unidades no período acumulado de 2021, um aumento de 33,8% frente às 207 mil do ano passado. Porém, na análise mensal, há um recuo de 19,7%, com 23,6 mil unidades em setembro comparadas às 29,4 mil em agosto.
Já a baixa das exportações no ano ocorreu devido a crise de abastecimento dos semicondutores nas montadoras.
Ao todo, 173,3 mil unidades foram produzidas no último mês, uma diminuição de 21,3% sobre as 220,2 mil de setembro do ano passa
do.
Nos nove meses já transcorridos do ano, a indústria fabricou 1,649 milhão de unidades, o que representa uma expansão de 24% em relação ao volume de 1,330 milhão do ano passado.
Apesar do número positivo no acumulado, o número ainda está bem aquém do desejado e esperado. O volume fabricado até setembro foi puxado em sua maioria pelos comerciais leves (+46,5%) e pelos caminhões (+103,7%).
Falta de semicondutores impacta produção global
A atual crise de fornecimento dos semicondutores tem impactado a fabricação de veículos no mundo todo. Calcula-se que a indústria automotiva global perderá de 7 a 9 milhões de veículos produzidos em 2021, retornando a níveis de 2020.
A falta de insumos, aliada ao aumento de custos e dificuldades logísticas, também tem afetado diretamente a produção do setor no Brasil.
Segundo a Anfavea a dificuldade acontece pelas incertezas geradas pela crise dos semicondutores. Com isso, a entidade trabalha com um intervalo de possibilidades para o ano, a depender do abastecimento para a produção de suas fábricas.
Projeções de vendas e exportações
As vendas de novos veículos no ano podem variar de 2,038 milhões a 2,118 milhões, ou seja, com cenários de queda de 1% a crescimento de 3% na comparação com 2020.
A produção deverá variar entre 2,129 milhões e 2,219 milhões, o que representará um aumento de 6% a 10% quando comparado com o ano anterior.
Já as exportações, nas estimativas da Anfavea, ficarão em um intervalo de 357 mil a 377 mil unidades, alta de 10% a 16%.
"Nunca havíamos tido tanta dificuldade em enxergar o cenário em curto prazo na indústria automotiva. As incertezas para garantir a produção de veículos é grande com a crise de fornecimento global. Estamos presenciando uma procura por parte dos consumidores para compra de novos produtos, mas não temos unidades para atender à demanda", explicou Luiz Carlos Moraes, Presidente da Anfavea.
Veja reportagem do SBT News: