Por que enquetes em redes sociais não se caracterizam como pesquisa eleitoral
Enquetes estão proibidas pelo Tribunal Superior Eleitoral desde o dia 15 de setembro
Durante esse período eleitoral, muitas pessoas usam suas redes sociais pessoais para fazer pesquisas sobre a popularidade dos candidatos e a intenção de votos dos seguidores. Esses levantamentos são feitos por diversas pessoas e na maioria das vezes é usado como argumento para descredibilizar as pesquisas eleitorais.
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Segundo o TSE, "o levantamento de opiniões sem plano amostral, que dependa da participação espontânea da parte interessada, e que não utilize método científico para sua realização, quando apresentados resultados que possibilitem à eleitora ou ao eleitor inferir a ordem das candidatas e dos candidatos na disputa".
Porém essa prática não é considerada válida e nem eficaz, inclusive é considerada crime eleitoral. Isso porque as enquetes nas redes sociais não são baseadas apenas na população eleitoral, pois qualquer pessoa que possui uma conta em uma dessas redes pode ter acesso a enquete e responder.
De acordo com a cientista política, Luciana Santana, um ponto importante a ser destacado é que as próprias redes sociais tem uma ferramenta que direciona os conteúdos de acordo com os gostos de cada usuário, sendo assim, se aquela enquete tem o nome de um determinado candidato, aquele conteúdo será direcionado para pessoas que o apoiam ou que fizeram pesquisas recentes sobre este candidato.
"Além disso, ainda existe a possibilidade dos usuários das redes sociais criarem mais de uma conta na rede e assim conseguir responder várias vezes a mesma enquete, gerando números maiores e irreais sobre a popularidade daquele candidato'', alerta Luciana Santana.
Qual a diferença entre enquetes e pesquisas eleitorais?
As pesquisas eleitorais são sondagens feitas aos eleitores sobre o cenário eleitoral daquele determinado momento e seguem procedimentos e métodos científicos.
Além disso, todas as pesquisas precisam ser registradas no TSE antes da divulgação dos resultados finais.
Enquanto as enquetes nas redes sociais são feitas a partir da opinião popular de pessoas votantes ou não. Também não são registradas e nem são feitas através de métodos científicos.
De acordo com o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), para uma pesquisa de opinião relacionada às eleições ou aos candidatos ser considerada válida, as empresas de pesquisas precisam se registrar até cinco dias antes da divulgação.
Desde o dia 15 de setembro, o TSE determinou a proibição de sondagens e enquetes sobre as eleições de 2022. A determinação está prevista na resolução TSE n° 23.600/2019 e no calendário eleitoral.
Segundo a publicação no site do TSE, desde o dia 15 de agosto "cabe ao exercício do poder de polícia contra a divulgação de enquetes, mediante a expedição de ordem para que sejam removidas, sob pena de crime de desobediência, sem prejuízo de eventual representação cabível".
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