Casos de SRAG aumentam 309% em crianças de 5 a 11 anos em um mês
Boletim da Fiocruz aponta para disseminação de outros vírus respiratórios além da covid-19
Os casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) em crianças de 5 a 11 anos apresentaram um aumento de aproximadamente 309% na média móvel entre a primeira semana de fevereiro e a semana mais recente de março. Os dados são do boletim epidemiológico da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), divulgado na noite de 5ª feira (31.mar), que também apontou para o aumento de 110% nas ocorrências de menores de quatro anos.
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Segundo o documento, no grupo de 5 a 11 anos, os números sugerem interrupção de queda nos resultados positivos para o vírus da covid-19 (Sars-CoV-2) em fevereiro e aumento na detecção de outros vírus respiratórios em março.
Já na faixa etária de 0 a 4 anos, os dados laboratoriais preliminares indicam que o crescimento expressivo dos casos está relacionado a um aumento na disseminação do vírus sincicial respiratório (VSR).
"Nessas duas faixas etárias, o início do crescimento, que se mantém até o presente Boletim, coincide com o início do ano letivo", afirma o pesquisador Marcelo Gomes, coordenador do InfoGripe.
Entre a população adulta, o estudo mostra uma desaceleração gradual na taxa de queda, indicando entrada em regime de estabilidade, com exceção da população acima de 70 anos, que ainda apresenta queda semanal expressiva por terem sofrido maior impacto durante o pico de casos no início do ano.
Em ocorrências associadas a outros vírus respiratórios, os dados referentes por faixa etária seguem apontando para o amplo predomínio do vírus Sars-CoV-2 na população adulta, com positividade expressiva em relação ao total de casos semanais de SRAG, embora mantendo sinal de queda.
"Apesar do patamar atual dos casos de SRAG no país ser o menor desde o início da epidemia de covid-19, ainda está acima de dois casos por 100 mil habitantes", destaca Gomes.
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A análise indica ainda que sete das 27 unidades federativas apresentam sinal de crescimento na tendência de longo prazo (últimas 6 semanas) nos casos de SRAG, sendo Amapá, Ceará, Espírito Santo, Maranhão, Paraíba, Roraima e Sergipe. Acre, Distrito Federal, Pernambuco, Piauí e Tocantins apontam para estabilidade na tendência de longo prazo, enquanto as demais apresentam sinal de queda. No entanto, três delas apresentam sinal de crescimento apenas na tendência de curto prazo (últimas 3 semanas): Acre, Piauí e São Paulo.