Fiocruz alerta para diferença de cobertura vacinal em faixas etárias
Grupo composto por pessoas de 35 e 49 anos é o que menos recebeu a primeira dose do imunizante
A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) divulgou, na tarde de 4ª feira (16.mar), uma nota técnica alertando sobre o nível desigual de cobertura vacinal contra a covid-19 entre as faixas etárias do país. Segundo a entidade, o principal desafio atualmente é a imunização das crianças de 5 a 11 anos de idade, grupo que representa 9,5% da população brasileira.
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A análise também mostra que os grupos com idades entre 12 e 49 anos são os únicos que não têm cobertura de primeira dose acima de 90%, a população de adultos entre 40 e 44 anos possui a menor cobertura dentre os adultos e as idades abaixo de 29 anos são as únicas com cobertura vacinal de esquema completo abaixo de 80% para a segunda dose/dose única.
Já o grupo etário entre 35 e 49 anos é o que possui menor cobertura de primeira dose e o de faixa etária de 12 a 17 anos possui cobertura de segunda dose muito menor que o restante dos grupos. Mesmo com ritmo de ganho em velocidade crescente da dose de reforço, nenhum grupo etário alcançou, até o momento, o patamar de 80% de vacinados - nem mesmo os idosos, que foram os primeiros elegíveis à aplicação.
"As internações em leitos clínicos, leitos de UTI e óbitos hospitalares têm cada vez mais concentrado exatamente entre os idosos. Desta forma, idosos que não mantém esquema com reforço em dia estão em situação particularmente perigosa, mesmo com o arrefecimento da incidência e mortalidade na população como um todo", alertam os pesquisadores.
Apesar da queda do número de casos, os cientistas orientam que é preciso cautela na tomada de decisões pelos governadores, especialmente na flexibilização do uso de máscaras e relaxamento do distanciamento físico. Eles chamam a atenção, por exemplo, para o recente aumento de infecções pela covid-19 em países da Europa e da Ásia, os quais devem ser encarados como um alerta para que o Brasil não cometa os mesmos erros.
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"Não é razoável pensar que se trata de uma escolha, entre vacinar ou usar máscaras, ou entre usar máscaras ou estar exclusivamente em ambientes abertos. Todos os recursos disponíveis para impedir a circulação do vírus devem ser tomados de forma concomitante. Portanto, estimular o aumento da cobertura vacinal não exclui as demais estratégias de proteção, sejam individuais ou coletivas", afirmam.
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