Infecção por covid não tem maior incidência em pessoas com HIV
Segundo estudo, pacientes com boa adesão à tratamentos registram melhor resposta ao vírus
Um estudo realizado por pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) identificou que a covid-19 não desenvolve maior incidência em pessoas com HIV. Apesar de alguns pacientes apresentarem sintomas graves da doença, resultando em hospitalizações, a taxa de mortalidade entre o grupo é estável.
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"A primeira impressão era que, de fato, os pacientes com HIV teriam um risco maior de óbito. Mas, por surpresa nossa, nós tivemos durante esse período pré-vacina apenas um óbito de um senhor, que tinha várias comorbidades", disse o professor da Faculdade Medicina da USP e coordenador do Núcleo de Apoio à Pesquisa (NAP), Jorge Simão Casseb, ao Jornal da USP.
Segundo ele, o estudo foi feito a partir do acompanhamento de 450 pacientes com HIV ativo. Destes, 39 (15%) apresentaram sintomas sugestivos e foram testados para infecção por SARS-CoV-2, o que resultou no diagnóstico positivo de 11 participantes (32,4%). Um deles não resistiu e morreu por complicações da covid-19.
Como o número de pessoas na amostra não era grande, ficou difícil obter maiores conclusões. Casseb explica, no entanto, que "aparentemente não há um maior risco, mas que vale ressaltar que a coorte não representa os pacientes vivendo com HIV da população em geral", uma vez que são todos com boa adesão à tratamentos.
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Já para aqueles que não estão em tratamento antiviral, o professor ressalta que é bem provável que a covid cause maior dano do que talvez uma população que esteja sob controle e melhor do ponto de vista imunológico.