Estudo mostra que antidepressivo reduz internações por covid-19
Testes com fluvoxamina foram realizados em Minas Gerais e publicados pela "Lancet"
Em um momento tão problemático da pandemia em muitos países, surge uma nova esperança de tratamento para a covid-19. A revista científica "The Lancet", da Inglaterra, publicou os resultados parciais de um estudo feito no Brasil com uma droga usada para a depressão e que trouxe resultados positivos em pacientes com a doença.
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A pesquisa foi realizada em onze cidades de Minas Gerais, com quase 1500 pacientes, todos adultos com sintomas de covid-19 e ao menos um fator de risco. A maioria ainda não havia sido vacinada. Metade do grupo recebeu fluvoxamina e outa metade um placebo.
No grupo que tomou o remédio de verdade por pelo menos 8 dos 10 dias previstos, o número de hospitalizações e mortes foi 32% menor que no outro. O coordenador da pesquisa no Brasil, Gilmar Reis, destacou a importância dos resultados.
"Nós não descobrimos nenhuma bala de prata, não descobrimos nada extraordinário. Nós só identificamos um medicamento de baixo custo, que pode ter um efetividade muito boa por ser barato e ser, desta forma, possível de estar disponível pra populações que não têm muitos recursos financeiros e que reduz em 30% as hospitalizações. Isso não é muito, mas é melhor do que não reduzir nada", afirma.
As primeiras descobertas são animadoras, mas só com mais tempo e estudos virá a certeza de que os benefícios desse antidepressivo no tratamento da covid-19 são maiores que os riscos que ele oferece.
"Como todo antidepressivo, nós podemos ter um efeito contrário ao que a gente espera quando usa essas medicações. O paciente pode ter uma ansiedade exacerbada, uma agitação. Então são efeitos que podem, sim, ocorrer com o uso desta medicação. Por isso mesmo, a Fluvoxamina é uma medicação que só pode ser adquirida nas farmácias sob prescrição médica", diz o pesquisador.