Com pandemia, casos de depressão e ansiedade cresceram mais de 25%
Mulheres são as mais afetadas pelos transtornos, diz estudo realizado em 204 países
Os efeitos da pandemia de covid-19 aumentaram em mais de 25% os casos de depressão e ansiedade em todo o mundo. É o que mostra estudo publicado no sábado (9.out) pela revista científica The Lancet.
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A pesquisa analisou o impacto da pandemia nos problemas depressivos clínicos e na ansiedade, divididos por idade, sexo e localização, em 204 países e territórios em 2020. Os pesquisadores estimam que, durante o surto do novo coronavírus, houve 53,2 milhões novos casos de transtorno depressivo, representando aumento de 27,6%. Em relação à ansiedade, 76,2 milhões de casos adicionais foram registrados, com aumento de 25,6%.
Dados revelam ainda que as mulheres foram mais afetadas do que os homens nesse processo. Isso acontece porque elas são mais propensas a serem afetadas por consequências sociais e econômicas. O relatório cita alguns fatores, entre eles, está o fato de que as responsabilidades de cuidador de família, devido ao fechamento de escolas ou doenças de parentes, tem maior probabilidade de recair sobre as mulheres.
Outro possível motivo é que as mulheres têm maior chance de sofrer desvantagens financeiras por causa de salários mais baixos e empregos desiguais. Pessoas do sexo feminino também são mais propensas a serem vítimas de violência doméstica, taxa que aumentou significamente com o isolamento social.
Além disso, de acordo com o estudo, os locais mais afetados pelo surto do novo coronavírus foram os que apresentaram maior número de pessoas com transtornos de depressão ou de ansiedade. Pessoas jovens também foram mais atingidas do que as mais idosas.
Os aumentos podem ser associados com as altas taxas de infecção por SARS-CoV-2 e a diminuição da mobilidade humana. Esses dois indicadores incorporaram os efeitos combinados da disseminação do vírus, do isolamento, da diminuição do transporte público, do fechamento de escolas e empresas, da diminuição das interações sociais, entre outros fatores.
Leia a íntegra do estudo (em inglês):