Coronavírus

Brasil testará comprimido que reduz internações por casos graves de covid-19

Remédio antiviral desenvolvido por empresa dos EUA tem a participação de pesquisadores da Fiocruz

A farmacêutica norte-americana MSD (Merck Sharp & Dohme, conhecida como Merck & Co. nos Estados Unidos e Canadá) anunciou, nesta 6ª feira (1º.out), que desenvolve um remédio que, nos estudos feitos até agora, reduziu em cerca de 50% o risco de hospitalização ou morte em pacientes adultos com Covid-19 leve a moderada. O molnupiravir é um medicamento antiviral de administração oral que vai ser submetido à avaliação dos órgãos reguladores. 

No Brasil, os investigadores principais desse estudo são a pneumologista Margareth Dalcomo, e o infectologista Julio Croda, ambos da Fiocruz. Os resultados dessa pesquisa serão submetidos, nas próximas semanas, à Food and Drug Administration (FDA), a agência reguladora dos Estados Unidos para alimentos e remédios. Logo depois, será a vez da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) receber o material da pesquisa. O objetivo é conseguir a liberação emergencial de uso do antiviral.

Ao SBT News, Margareth Dalcomo explicou que o molnupiravir é um remédio para tratamento profilático, para ser administrado em pessoas que tiveram contato próximo com alguém contaminado, como um parente ou colega de trabalho. Os resultados obtidos até agora são muito promissores, segundo ela. 

"Estou muito otimista, esse é um fármaco que atua no virus de forma muito inteligente, causa erro na estrutura do virus. Estamos em um caminho muito promissor nas pesquisas. E a vantagem é que são fármacos orais. Nós vamos poder tratar os 80% de pessoas que não dão entrada nos hospitais", disse Dalcomo.

A pesquisadora informou que o Brasil é um dos países que participará dos testes de Fase 3 do estudo, com voluntários do Rio de Janeiro, São Paulo, Mato Grosso do Sul, Rio Grande do Sul e Amazonas. Mas, diferentemente do estudo em Fase 2, não haverá uso de placebo, pois a maioria da população já está vacinada e, para que os resultados sejam mais precisos, os voluntários não devem estar vacinados. 

De acordo com a empresa, até o 29º dia do estudo, nenhuma morte foi relatada em pacientes que receberam molnupiravir, em comparação com oito mortes em pacientes que receberam placebo. Além disso, também foi demonstrada eficácia consistente contra as variantes Gama, Delta e Mu.

Por causa dos resultados positivos, os testes foram interrompidos antes da data prevista. O objetivo é enviar um pedido de autorização de uso de emergência aos EUA o mais rápido possível. A MSD afirma que também fará pedidos a outros países. 

Fase de testes

Os estudos clínicos do medicamento, feitos em parceria com a Ridgeback Biotherapeutics, avaliaram dados de 775 pacientes. Os critérios de elegibilidade exigiam que todos os pacientes apresentassem Covid-19 leve a moderada, confirmada em laboratório e com início dos sintomas até 5 dias antes da pesquisa. Além disso, era preciso ter mais de 18 anos de idade e pelo menos um fator de risco para evolução desfavorável da Covid-19 como, por exemplo, obesidade, diabetes, doença cardíaca grave ou ter mais de 60 anos. 

"Com estes resultados, estamos otimistas de que molnupiravir pode se tornar um medicamento importante como parte do esforço global para combater a pandemia e irá adicionar ao legado único da MSD de trazer avanços em doenças infecciosas quando eles forem necessários", disse Robert M. Davis, CEO e presidente da MSD. "Em nome de todos nós, agradeço nossa rede de pesquisadores clínicos e pacientes por suas contribuições essenciais para o desenvolvimento do molnupiravir", acrescentou. 

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