Paciente acusa Prevent Senior de tentar "eutanásia disfarçada"
Após luta de família contra o convênio, advogado se recuperou da covid-19
Mais de 4 mil usuários da Prevent Senior já assinaram um abaixo-assinado online em que solicitam responsabilidade nas apurações contra a operadora. No manifesto, os beneficiários pedem para "não serem esquecidos".
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Chamar o ex-paciente da rede Tadeu Frederico de Andrade de sobrevivente não é exagero. Ele lutou por 120 contra a covid-19, mas, para o advogado, de 63 anos, quem salvou a vida dele não foram os médicos, mas a insistência dos filhos. "Fiquei praticamente quase um mês entubado, quando uma médica da Prevent Senior, Dra. Daniela, entrou em contato com a minha família por telefone, informando que o melhor caminho para o meu caso seria eu sair da UTI e ir para um chamado leito híbrido, no qual eu teria mais dignidade e conforto, que eu seria sedado, seria ministrado uma bomba de morfina e que, em poucos dias, eu viria a óbito, essa seria a atitude mais humanizadora que poderia dar para para o meu caso", relata.
Tadeu foi um dos segurados do plano de saúde que tomou, por indicação dos médicos, o chamado "kit covid", remédios de ineficácia comprovada ou sem eficácia demonstrada contra a infecção do novo coronavírus. "Na madrugada do dia 31 de dezembro eu fui internado, fui pra UTI e fui entubado", relembra.
Além de receitar remédios não indicados para covid, o advogado acusa a Prevent Senior de distorcer, no prontuário médico, as decisões da família. Eles negam ter concordado com o tratamento paliativo, que chamam de "eutanásia disfarçada". Após a luta da família contra o convênio, o advogado se recuperou da doença. "Meus pulmões estão ótimos, meus rins estão ótimos, não tive nenhuma sequela, estou caminhando, estou trabalhando, estou dirigindo. Portanto, se a minha família não tivesse lutado contra o tratamento paliativo, hoje eu estaria morto".
Além de senadores e promotores, deputados estaduais também investigarão as ações do grupo Prevent Senior na pandemia. Segundo o presidente da Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp), Carlão Pignatari (PSDB), a abertura de uma comissão parlamentar de inquérito (CPI) será votada pelo plenário em no máximo duas semanas e os trabalhos deverão começar na segunda quinzena de outubro.
Nas palavras dele, "é um sistema de saúde que eminentemente atende a capital, a Grande São Paulo e o estado de São Paulo. Então é muito preocupante. São mais de 400 mil vidas que estão no plano de saúde. Então a gente precisa fazer a investigação e mostrar para a sociedade o que é, como foi a atitude desse plano de saúde no momento de uma pandemia gravíssima que o Brasil e o mundo vêm passando".
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