Queiroga pede que estados não vacinem adolescentes sem Pfizer
Ministro destacou mais de 1,5 mil efeitos adversos por conta de vacinação de jovens com outros imunizantes
O Ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, revelou que 1.545 jovens de 12 a 17 anos apresentaram efeitos adversos por terem sido vacinados contra a covid-19, a maioria com imunizantes que não eram da farmacêutica Pfizer. A vacina era a única recomendada para o público adolescente pelo Programa Nacional de Imunização (PNI). Queiroga criticou o que chamou de "vacinação intempestiva" por parte de secretários estaduais de saúde e pediu cumprimento à norma do PNI.
O Ministro da Saúde também explicou a recomendação de não se vacinar nenhum adolescente de 12 a 17 anos sem comorbidades com nenhuma vacina. O recuo é válido até que sejam investigados os casos de efeitos adversos com aqueles imunizados com Pfizer, que não são a maioria. Para jovens da mesma faixa etária, com comorbidades, a recomendação é que se vacinem apenas com o imunizante aprovado para o grupo.
O estado de São Paulo foi o que mais vacinou adolescentes com outras marcas. O governador João Doria (PSDB) vinha reclamando publicamente do Ministério da Saúde por conta da falta de imunizantes da AstraZeneca para segunda dose. Queiroga disse que o uso da vacina em outros grupos ajuda a explicar a ausência de doses para faixas etárias que deveriam ser atendidos.
Apesar dos registros de reações adversas em adolescentes, o Ministério da Saúde afirmou que nenhum é grave e seguirá acompanhando todos, com o apoio das secretarias estaduais. Os efeitos considerados adversos são aqueles não previstos na bula das vacinas. Queiroga também não quis se manifestar sobre possíveis sanções aos gestoras regionais que não cumpriram as determinações do PNI. "Não sou do Ministério Público, nem da Justiça, nenhuma dessas instâncias. Sou ministro da Saúde", finalizou.