Covid-19: medicamento reduz risco de morte em 37%, diz estudo
Trabalho contou com a participação de 289 pacientes internados em centros brasileiros de tratamento
O medicamento tofacitinibe (Xeljanz), usado no tratamento de artrite reumatoide, reduz em 37% o risco de morte ou falência respiratória por covid-19, segundo um estudo publicado nesta 4ª feira (16.jun) no The New England Journal of Medicine. O trabalho -- denonimado STOP-COVID -- foi liderado e coordenado pela Academic Research Organization (ARO) do Hospital Israelita Albert Einstein, em parceria com a farmacêutica americana Pfizer.
No teste com a substância, foram incluídos 289 pacientes adultos internados, há no máximo três dias, em 15 centros brasileiros de tratamento. Eles ficaram separados em dois grupos, sendo que um recebeu 10 mg de tofacitinibe duas vezes por dia mais tratamento padrão até receber alta ou competar 14 dias de hospiitalização, e o outro, placebo e tratamento ao longo do mesmo período. Ainda segundo os pesquisadores, 89,3% dos participantes foram medicados com glucocorticóides -- principalmente dexametasona -- durante o tempo no hospital.
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Após 28 dias, foi constada a redução de 37% no primeiro grupo, em comparação com o segundo. Segundo a diretora médica da Pfizer no Brasil, Márjori Dulcine, "os resultados do ensaio clínico foram positivos demonstrando que o medicamento pode atuar na tempestade inflamatória que acontece na covid-19". O Einstein pontua que esse é o primeiro estudo do mundo a investigar o impacto do tofacitinibe contra a doença causada pelo novo coronavírus.
Nas palavras do diretor da ARO, o médico Otavio Berwanger, o trabalho "representa mais uma prova de que o caminho para buscarmos soluções para esta pandemia é por meio da ciência séria, colaborativa e ética". "Eventos adversos severos foram, de maneira geral, semelhantes entre tofacitinibe e placebo", completou.
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