Coronavírus

Frascos da CoronaVac têm menos do que 10 doses, afirma Cosems/SP

Segundo Instituto Butantan, problema está relacionado a prática incorreta na extração da vacina

Uma avaliação feita pelo Conselho de Secretários Municipais de Saúde de São Paulo (Cosems/SP) -- em nove municípios do estado -- e divulgada nesta 2ª feira (17.mai) conclui que 44,4% dos frascos de CoronaVac analisados renderam menos de dez doses do imunizante, diferentemente do que o Instituto Butantan aponta como possível de extrair dos recipientes.

Os municípios participantes foram Araçatuba, Araraquara, Cravinhos, Descalvado, Francisco Morato, Franco da Rocha, Mogi Mirim, Santana do Parnaíba e Votorantim. Cada um deles indicou uma enfermeira para ficar responsável pela análise da vacinação nos postos de saúde existentes. Elas utilizaram um formulário para registrar os dados que observavam enquanto as pessoas eram imunizadas, nos ambientes reais de aplicação.

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De acordo com o Cosems, um município utiliza seringas adquiridas pelo Executivo local, enquanto os demais fazem uso das enviadas pelo Ministério da Saúde e pela Secretaria de Estado da Saúde (SES). O motivo de a avaliação ter sido feita, diz a entidade, é que, no mês de abril, aumentou a frequência de relatos de equipes e gestores municipais sobre os frascos da CoronaVac estarem rendendo menos de dez doses, em inconformidade com o indicado pelo Butantan. "Frascos que anteriormente rendiam de 10 a 12 doses, em alguns locais passaram a render entre 8 e 9", afirma o Cosems em comunicado.

A partir do resultado obtido agora, o conselho notificou o secretário estadual da Saúde, Jean Gorinchteyn, e o diretor do Instituto Butantan, Dimas Covas, pedindo providências para solucionar o problema com rapidez, "pois o número menor influencia diretamente nas aplicações das vacinas nas unidades de Saúde".

Por outro lado, em nota, o Butantan disse que uma "inspeção da Vigilância Sanitária Municipal de São Paulo, com apoio remoto do Centro de Vigilância Sanitária (CVS) do Estado e da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) realizada em 20 de abril não encontrou nenhuma inadequação na linha de envase da Coronavac, confirmando as boas práticas de fabricação". "Todas as notificações recebidas pelo instituto até o momento relatando suposto rendimento menor das ampolas foram devidamente investigadas, e identificou-se, em todos os casos, prática incorreta na extração das doses nos serviços de vacinação", completa.

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Um ofício-circular assinado pela gerente-geral de inspeção e fiscalização sanitária da Anvisa, ao qual o SBT News teve acesso e que foi enviado tanto ao Ministério da Saúde como a gestores de vigilânica sanitária estaduais, municipais e distritais na última 6ª feira (14. mai), corrobora a versão do centro de pesquisa. Segundo o documento, a partir da inspeção feita em 20 de abril, "concluiu-se que falhas no processo de envase não parecem ser a causa do volume inferior reportado nas queixas técnicas".

"Os dados sinalizam para um possível problema nas seringas, seja por desvio, ou por utilização de seringas de volume inadequado para a dose a ser aspirada, em termos do erro de medição permitido ou volume morto perdido para cada aspiração, considerando tratar-se de frascos multidose", acrescenta.

Veja a nota do Instituto Butantan e o ofício da Anvisa na íntegra:

O Instituto Butantan informa que inspeção da Vigilância Sanitária Municipal de São Paulo, com apoio remoto do Centro de Vigilância Sanitária (CVS) do Estado e da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) realizada em 20/4 não encontrou nenhuma inadequação na linha de envase da Coronavac, confirmando as boas práticas de fabricação.
Cada frasco da vacina contra o novo coronavírus contém nominalmente 10 doses de 0,5 ml cada, totalizando 5 ml, e adicionalmente ainda é envasado conteúdo extra, chegando a 5,7 ml por ampola. 
Esse volume, devidamente aprovado pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), é suficiente para a extração das dez doses.
Todas as notificações recebidas pelo instituto até o momento relatando suposto rendimento menor das ampolas foram devidamente investigadas, e identificou-se, em todos os casos, prática incorreta na extração das doses nos serviços de vacinação. Portanto, não se trata de falha nos processos de produção ou liberação dos lotes pelo Butantan.
É essencial que os profissionais de saúde sigam as orientações e práticas adequadas, no intuito de evitar perdas durante a aspiração da vacina.
O Instituto Butantan vem atuando juntamente aos gestores envolvidos na campanha de vacinação no intuito de orientar cada vez mais os profissionais responsáveis pelas aplicações das doses. Veja vídeo explicativo: https://www.facebook.com/165443043496125/posts/5490620894311620/?vh=e&d=n

Ofício-Circular Sobre as Doses de CoronaVac by Guilherme Delinardi Resck on Scribd

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