China declara apoio à suspensão de patentes das vacinas contra a covid
Índia, África do Sul e EUA já haviam se posicionado a favor da isenção de direitos de propriedade
O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Zhao Lijian, afirmou nesta 2ª feira (17.mai) que o país apoia o pedido pela suspensão de patentes das vacinas contra o novo coronavírus. A declaração foi feita em uma entrevista coletiva.
"A China entende totalmente e apoia a demanda do mundo em desenvolvimento por uma isenção de direitos de propriedade para as vacinas da covid-19", afirmou Lijian. Antes disso, Índia, África do Sul e Estados Unidos já haviam se posicionado a favor da suspensão, visando a expandir a produção e o fornecimento dos imunizantes ao redor do mundo.
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O governo brasileiro, que vinha defendendo uma "terceira via" sobre o assunto, pontuou no dia 7 de maio, por meio de uma nota, que "recebeu com satisfação a disposição dos EUA para negociar, no âmbito da OMC, solução multilateral que contribua para o combate à covid-19, bem como para intensificar seus esforços - em conjunto com o setor privado e demais partes interessadas - para aumentar a produção e distribuição de insumos e vacinas em âmbito global".
"Em particular, o Brasil discutirá, em maior profundidade, com os EUA, sua nova posição e suas implicações práticas para facilitar amplo e urgente acesso a vacinas e medicamentos no combate à Covid-19", acrescentava o comunicado. Já na coletiva de hoje também, o porta-voz chinês disse que "a China fará tudo que for conducente à luta dos países em desenvolvimento contra o vírus e apoiará todas as ações que possam ajudar os países em desenvolvimento a adquirir vacinas de forma equitativa".
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"Isso estaria de acordo com a ideia de que as vacinas da covid-19 são um 'bem público global' e parte integrante dos esforços para construir uma comunidade global de saúde para todos", completou. Ainda segundo Lijian, a China prestou assistência com vacinas para mais de 80 países e três organizações internacionais, além de exportar imunizantes para mais de 50 nações e estar "trabalhado com mais de 10 países em desevolvimento na transferência de tecnologia e produção cooperativa".
Ele finalizou sua declaração fazendo um apelo para que outras nações também apoiem e ajudem aquelas em desenvolvimento a adquirir imunizantes e, assim, combater o novo coronavírus. Na última 4ª feira (12.mai), o Painel Independente sobre a Preparação e Resposta à Pandemia da Organização Mundial da Saúde (OMS) já havia recomendado que as empresas farmacêuticas quebrem as patentes de vacinas contra a covid-19 em três meses.
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