Anvisa aprova uso emergencial de mais dois medicamentos contra a covid
Banlanivimabe e etesivimabe são anticorpos monoclonais desenvolvidos pela farmacêutica Eli Lilly
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou nesta 5ª feira (13.mai) o uso emergencial no Brasil de dois medicamentos para tratamento da covid-19, desenvolvidos pela farmacêutica Eli Lilly. A decisão foi unânime entre os membros da Diretoria Colegiada (Dicol).
Denonimadas banlanivimabe e etesivimabe, as substâncias são anticorpos monoclonais que atuam para bloquear a ligação da proteína Spike do novo coronavírus aos receptores das células humanas e, assim, impedir a evolução da infecção pelo patógeno.
Nas palavras da diretora da Anvisa Meiruze Freitas, que foi relatora do pedido de uso emergencial -- feito pela farmacêutica em março deste ano --, "ressalvadas algumas incertezas, ainda existente pelo estágio de desenvolvimento, os benefícios conhecidos e potenciais dos medicamentos superam os riscos conhecidos e potenciais trazidos".
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Pela análise da agência, o banlanivimabe e o etesivimabe atendem aos critérios mínimos de qualidade, segurança e eficácia. Porém, a relatora pontuou que a Eli Lilly deve se comprometer a manter a geração de dados sobre as substâncias e os estudos referentes aos dois últimos quesitos, até que se consiga o registro definitivo dos remédios.
"A expectativa diante de uma autorização de uso emergencial e experimental de medicamento contra a covid-19 é ampliar as opções terapêuticas e principalmente aliviar a carga em nosso sistema de saúde", disse também Meiruze em seu voto pela aprovação.
Detalhes sobre o tratamento
O gerente-geral de medicamentos e produtos biológicos da Anvisa, Gustavo Santos, explicou que os remédios são indicados para pacientes adultos e pediátricos -- acima de 12 anos e com no mínimo 40 kg -- que não precisam de suplementação de oxigênio e correm alto risco de evoluir para um quadro grave da covid. Dessa forma, pessoas que já encontram-se nesse quadro não podem receber os anticorpos, havendo a possibilidade de piorarem ainda mais se isso for feito.
O tratamento deve ter início em até 10 dias após o aparecimento dos sintomas da covid e, conforme a recomendação da Anvisa, consiste em 700 mg de banlanivimabe e 1.400 mg de etesivimabe administrados juntos por infusão intravenosa. A venda das substâncias é proibida, e elas só podem ser aplicadas em hospitais, seguindo orientação médica.
Ainda de acordo com a Anvisa, no estudo clínico dos medicamentos realizado pela Eli Lilly, eles reduziram em 70% o risco relativo da infecção pelo Sars-CoV-2. Por outro lado, não há dados sobre a eficácia dos anticorpos contra a variante P.1 do coronavírus, identificada originalmente em Manaus.
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