Misturar vacinas da covid-19 aumenta efeitos colaterais, diz estudo
Pesquisadores testam combinação entre imunizantes de Oxford e da Pfizer
Combinar a aplicação de uma dose da vacina de Oxford/AstraZeneca com outra da Pfizer/BioNTech aumenta o aparecimento de efeitos colaterais, segundo dados preliminares de um estudo liderado por pesquisadores da Universidade de Oxford, no Reino Unido, que foram publicados nesta 4ª feira (13.mai) na revista científica The Lancet.
O trabalho vem sendo conduzido desde fevereiro deste ano, com o objetivo de testar a mistura de diferentes imunizantes contra a Covid-19, o que poderá contribuir para evitar problemas de abastecimento de doses se os resultados forem positivos. De acordo com os pesquisadores, as informações imunológicas preliminares em relação à combinação deverão ser apresentadas no mês que vem.
+ Estados começam a receber as 628 mil doses da vacina Pfizer contra covid-19
No total, 830 voluntários de 50 anos ou mais fazem parte do estudo. Aleatoriamente, 463 foram divididos em quatro grupos que receberam duas doses de vacina com um intervalo de 28 dias entre a primeira e a segunda, e 367, em grupos nos quais o intervalo entre as aplicações foi de 84 dias.
As pessoas que receberam uma unidade da vacina de Oxford e, depois, reforço com o imunizante da Pfizer -- ou vice-versa -- apresentaram mais efeitos colaterais sistêmicos, em comparação com os indivíduos vacinados com duas doses da mesma substância, segundo os pesquisadores.
+ Em Alagoas, Bolsonaro participa de entrega de casas com gritos de "Fora Renan"
Febre foi relatada por 34% dos que tomaram uma dose do imunizante de Oxford seguida por uma da Pfizer, ante 10% dos que receberam apenas o primeiro, por exemplo. "Aumentos semelhantes foram observados para calafrios, fadiga, dor de cabeça, dor nas articulações, mal-estar e dor muscular", diz o estudo.
Os participantes ou não tinham comorbidades, ou apresentavam, mas de nível leve a moderado controlada. Todos os efeitos colaterais causados pela vacinação, afirmam os pesquisadores, duraram pouco e não culminaram em internações. Por outro lado, eles alertam também que é possível essas reações prevaleceram mais em pessoas mais jovens do que aquelas incluídas no estudo.
Veja também:
+ Situação financeira de pequenas indústrias piora no primeiro trimestre
+ Executivo da Pfizer: Primeira reunião com governo foi em maio de 2020
+ Estados começam a receber as 628 mil doses da vacina Pfizer contra covid-19