Coronavírus
Falta de resposta coordenada explica avanço da pandemia, diz estudo
Pesquisadores alertam que Brasil pode se tornar ameaça à saúde global se não frear variante P.1
Cinco fatores explicam o rápido aumento no número de casos e mortes por Covid-19 em solo nacional desde que a pandemia teve início, entre os quais a falta de uma resposta imediata e equitativa coordenada a nível federal diante do avanço da doença, segundo um estudo publicado nesta 4ª feira (14 abr.) na revista científica Science. No trabalho, pesquisadores do Brasil e Estados Unidos analisaram o modo como novo coronavírus se espalhou pelo território brasileiro, utilizando dados diários das Secretarias Estaduais de Saúde.
Os resultados encontrados, diz o estudo, "demonstram que nenhuma narrativa única explica a propagação do vírus nos estados brasileiros. Em vez disso, camadas de cenários complexos se entrelaçam, resultando em epidemias de Covid-19 variadas e simultâneas em todo o país".
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Na sequência, ele enumera cinco dessas camadas: o fato de o Brasil ser grande e apresentar disparidade na quantidade e qualidade dos recursos de saúde e renda; a não interrupção completa (durante picos de casos e mortes) da rede urbana formada por transporte, serviços e negócios, que não só conecta, mas influencia os municípios; o condicionamento das medidas de distanciamento social ao alinhamento entre governadores e o presidente da República, além da politização da pandemia devido à polarização, o que impactou a adesão às medidas de controle; a inexistência de uma vigilância genômica bem estruturada, o que permitiu ao Sars-CoV-2 circular por mais de um mês sem ser notado; e a imposição e relaxamento de medidas pelas cidades em diferentes momentos, a partir de critérios distintos, facilitando assim a disseminação do vírus.
Nas palavras dos autores, "a resposta federal tem sido uma combinação perigosa de inação e irregularidades, incluindo a promoção da cloroquina como tratamento, apesar da falta de evidências". Por fim, eles alertam que se o país fracassar em frear a propagação da variante P.1 do coronavírus, identificada originalmente em Manaus (AM), irá se isolar "como uma ameaça à segurança da saúde global e levará a uma crise humanitária completamente evitável".
Os resultados encontrados, diz o estudo, "demonstram que nenhuma narrativa única explica a propagação do vírus nos estados brasileiros. Em vez disso, camadas de cenários complexos se entrelaçam, resultando em epidemias de Covid-19 variadas e simultâneas em todo o país".
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Na sequência, ele enumera cinco dessas camadas: o fato de o Brasil ser grande e apresentar disparidade na quantidade e qualidade dos recursos de saúde e renda; a não interrupção completa (durante picos de casos e mortes) da rede urbana formada por transporte, serviços e negócios, que não só conecta, mas influencia os municípios; o condicionamento das medidas de distanciamento social ao alinhamento entre governadores e o presidente da República, além da politização da pandemia devido à polarização, o que impactou a adesão às medidas de controle; a inexistência de uma vigilância genômica bem estruturada, o que permitiu ao Sars-CoV-2 circular por mais de um mês sem ser notado; e a imposição e relaxamento de medidas pelas cidades em diferentes momentos, a partir de critérios distintos, facilitando assim a disseminação do vírus.
Nas palavras dos autores, "a resposta federal tem sido uma combinação perigosa de inação e irregularidades, incluindo a promoção da cloroquina como tratamento, apesar da falta de evidências". Por fim, eles alertam que se o país fracassar em frear a propagação da variante P.1 do coronavírus, identificada originalmente em Manaus (AM), irá se isolar "como uma ameaça à segurança da saúde global e levará a uma crise humanitária completamente evitável".