Perspectivas: Polarização no Brasil não diminuiu após as eleições, diz especialista
Analista político Thomas Traumann falou sobre o livro "Biografia do Abismo", que trata dos efeitos da polarização no Brasil
Em entrevista ao programa Perspectivas do SBT News, nesta 5ª feira (14.dez), o analista político e jornalista Thomas Traumann, afirmou que a polarização Lula-Bolsonaro não diminuiu após as eleições de 2022. O especialista lançou, nesta 4ª feira (13.dez), o livro "Biografia do Abismo: Como a polarização divide famílias, desafia empresas e compromete o futuro do Brasil". Ele é autor da obra junto com o cientista político Felipe Nunes.
"O livro é baseado em 99 mil pesquisas entre 2021, 2022 e 2023. A gente fez muita questão de fazer várias pesquisas depois do início do governo Lula para saber se isso continuava ou não, e continua. Acho que essa é a grande perspectiva", disse o autor em resposta à apresentadora do Perspectivas, Débora Bergamasco.
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Traumann explica que a política ficou entranhada na sociedade brasileira com "duas grandes bolhas de costas uma para a outra", gerando um abismo entre os dois grupos, tornando o diálogo e uma aproximação quase que impossível.
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O livro ainda conta que a polarização política sempre existiu, mas com diferenças de ideias sobre privatização, programas sociais e responsabilidade fiscal. No entanto, após o governo Jair Bolsonaro (PL), essas discussões escalaram, e para um debate sobre valores. Isso gerou mais do que uma discussão sobre ideias, mas o rompimento de relações.
"O que a gente está vendo a partir da administração do Bolsonaro é que essa discussão passou a ser de valores, que não é mais sobre coisas muito etéreas, mas como as pessoas são. Aí, vem discussão sobre gênero, aborto, educação sexual nas escolas, sobre com quem você quer se relacionar. É sobre essas bolhas que a gente trata no livro. Não é simplesmente a bolha de diferença de opiniões, mas as bolhas que transbordaram, a sua tia que você não conversa mais, seu irmão que você brigou, seu amigo que você não sai mais na sexta-feira", disse Thomas Traumann.
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