Na gestão Bolsonaro, PF aumentou liberação de portes de armas em 60%
15 mil pessoas receberam autorização para andar armadas sem restrição nos últimos 4 anos
A Polícia Federal liberou 15.801 portes de armas de 2019 a 2022. A escalada ocorreu nos três primeiros anos de governo, quando houve um aumento em 60% dessas autorizações.
Por que isso importa: o porte, ao contrário da posse (que permite ao indivíduo manter o armamento no interior da casa ou do trabalho), autoriza a pessoa a andar armada sem restrições. É o tipo de liberação mais cuidadosa, mas que chegou a quase 5 mil em 2021 em todo o país. Apenas no estado do Rio Grande do Sul foram 1.590 autorizações.
Liberou geral: a PF autorizou cerca de 600 mil registros de posse de armas de 2019 a 2022. Dos pouco mais de 15 mil registros de porte, a superintendência do Rio Grande do Sul foi a que mais concedeu autorizações: 5.008. A PF de São Paulo, mesmo envolvendo um estado mais populoso do país, liberou o porte a apenas 675 pessoas.
Um mergulho mais profundo: "Esse crescimento no número de portes é um reflexo da política armamentista do governo Bolsonaro. O ex-presidente não apenas flexibilizou a legislação de armas, mas também influenciou que instituições sob o comando do Poder Executivo exercessem essa política", diz Roberto Uchôa, pesquisador, policial federal e integrante do Fórum Brasileiro de Segurança Pública.
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