Marmitagate: policiais investigam golpe em doação de marmitas em Santa Catarina
Operação apura suposta ONG; indicação é que houve desvio em campanha de alimentos a pessoas necessitadas
A Polícia Civil de Santa Catarina realizou uma operação nesta 4ª feira (1º.nov) para investigar a suspeita de golpe envolvendo a doação de marmitas. A ação recebeu o nome de "marmitagate" e foi contra uma organização, chamada "Alimentando Necessidades". A indicação é que a ONG arrecadava dinheiro para compra de alimentos a pessoas em situação de rua, mas não distribuía os itens.
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Entre as acusações está a suspeita de compra de um carro com a fraude de doações recebidas na internet. O grupo atuava em Blumenau.
Como forma de investigação, policiais cumpriram mandados de busca e apreensão. As equipes levaram dispositivos de informática e arquivos, coletados em uma casa em Blumenau e em um estabelecimento comercial na cidade de Pomedore.
Os itens serão analisados e, após conclusão, a Polícia Civil vai enviar um parecer ao Ministério Público, para encaminhamento do caso na Justiça.
Relembre o caso do Marmitagate
Um projeto de doação de marmitas chamado "Alimentando Necessidades" viralizou na internet após uma das coordenadoras fazer a denúncia de assédio por parte de um doador, que daria R$ 50 em troca de fotos da jovem nua.
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A grande repercussão do Marmitagate, no entanto, veio dias depois, quando internautas perceberam que a fundadora do projeto, Maria Eduarda Poleza, de 19 anos, publicava assuntos polêmicos na rede social e logo depois, com a repercussão, aproveitava para divulgar a iniciativa.
Maria Eduarda Poleza faz publicações na internet sobre a organização junto com a coordenadora, Taynara Motta. Anteriormente, em 2021, elas também coordenavam o grupo "Absorvendo Necessidades", de doação de higiene pessoal para mulheres em situação de pobreza menstrual.
Além do caso de assédio, as jovens fizeram posts virais para ajuda a pessoas em situação de rua para vender balas no semáforo e, assim, conseguirem dinheiro para alimentação; o relato de uma possível doadora que queria dar carne vencida por ter o "estômago frágil" e a reclamação de doadores por elas terem comprado panelas com o dinheiro do projeto para poderem cozinhar mais.
Investigações
Até o momento, as investigações da Polícia Civil indicam que a suposta ONG teria comprado alimentos com os recursos, mas que ainda está sendo apurado se houve o desvio dos valores para outros fins.
*Com informações do Portal SCC 10, afiliada do SBT em Santa Cantarina.