"Ramagem seria o ideal para a prefeitura do Rio", diz Valdemar Costa Neto mesmo após operação sobre espionagem

O presidente do Partido Liberal (PL), Valdemar Costa Neto, confirmou ao SBT News nesta 3ª feira (24.out) que o deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ) deve ser o nome da sigla que irá disputar a prefeitura do Rio de Janeiro no ano que vem. 

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Para o dirigente partidário, nem mesmo a operação da Polícia Federal (PF), na semana passada, que apura a suspeita de um esquema de espionagem durante a gestão do parlamentar na Agência Brasileira de Inteligência (Abin), vai impedir o deputado de disputar o pleito municipal. 

Agentes da Polícia Federal, envolvidos no inquérito, informaram à reportagem que até o momento Ramagem não está na lista de investigados, mas não descartam que ele passe a ser alvo diante das descobertas feitas após a prisão de dois ex-servidores da agência. 

 "Não acredito que o Ramagem esteja envolvido nisso. Ramagem é um policial sério e ele seria o ideal para ir para a prefeitura do Rio de Janeiro" disse Valdemar Costa Neto. A suspeita da PF é que Ramagem, a pedido do ex-presidente Jair Bolsonaro, tenha organizado o esquema ilegal para monitorar pessoas consideradas como adversárias.  

Caos no Rio de Janeiro

Costa Neto está otimista e diz que o PL deverá passar de 400 prefeituras para mais de mil prefeituras depois das eleições de 2024. O cacique admite, no entanto, que a crise de segurança enfrentada pelo Rio de Janeiro pode atrapalhar os planos da sigla de ganhar prefeituras de relevância, como é o caso da capital fluminense. 

O presidente do PL apoiou as declarações feitas pelo governador Cláudio Castro, que disse que irá fechar o cerco aos milicianos com mais prisões e enquadramento dos envolvidos na lei antiterrorismo. 

Valdemar Costa Neto também comentou a nota do Partido dos Trabalhadores (PT), que após os ataques a mais de 30 ônibus em represália a morte de um miliciano vinculou a milícia do Rio de Janeiro à família Bolsonaro. 

O PT cita que o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) empregou no gabinete dele, quando o parlamentar era ainda deputado estadual, o policial militar Adriano da Nóbrega, que foi morto em 2019 e é apontado como chefe do "Escritório do Crime". 

O presidente do PL se esquivou da resposta e disse apenas que no Rio de Janeiro é "difícil" contratar pessoas. "No Rio de Janeiro é difícil você estar livre desse pessoal, porque, às vezes, você contrata uma pessoa que você não tem ideia do que ela fez no passado. Você conhece ela das coisas normais que ela faz".    

Julgamento de Bolsonaro no TSE

A entrevista de Valdemar Costa Neto foi gravada no mesmo dia que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) iniciou o julgamento de mais uma ação contra a chapa do ex-presidente Jair Bolsonaro. 

A ação diz que houve abuso de poder político por parte da coligação nas comemorações do 7 de setembro, quando Bolsonaro discursou na Esplanada dos Ministérios para apoiadores e as declarações foram retransmitidas na TV estatal. 

O presidente do PL disse que ninguém vê a TV Brasil e que por isso o ex-presidente não deve ser condenado. "Quem é que assiste a TV Brasil? Ninguém. Não tem audiência, não foi de má-fé."

Relatório da CPMI do 8/1
  
O dirigente do PL também minimizou os pedidos de indiciamentos feitos pela senadora Eliziane Gama (PSD-MA) no relatório da CPMI dos atos de 8 de janeiro. 

Costa Neto reconheceu que foi um erro os parlamentares da sigla terem insistido na instalação da comissão, mas afirmou que não acredita que processos criminais contra o ex-presidente Jair Bolsonaro irão prosperar. 

Ele também continuou dizendo que não há provas contra Bolsonaro nos inquéritos que tramitam na PF e descartou que o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente, tenha conseguido provar na delação que as digitais do ex-presidente estejam em um plano de golpe de Estado.

Confira a entrevista completa: