Amazônia pode perder mil campos de futebol por dia em 2024, alerta Imazon
Plataforma de inteligência artificial calcula 4,6 mil km² de área sob alto risco de desmatamento
Uma área três vezes maior do que a cidade de São Paulo está sob risco alto, muito alto ou médio de desmatamento na Amazônia em 2024. São 4,6 mil km², o que equivaleria à derrubada de mais de mil campos de futebol por dia de floresta. A previsão é da plataforma de inteligência artificial PrevisIA, gerenciada pelo Imazon.
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Levando em conta também as áreas que a ferramenta apontou estarem sob ameaça de destruição baixa ou muito baixa, a previsão total para 2024 é de 10.190 km² desmatados na Amazônia. Caso isso se concretize, a perda florestal no bioma equivalerá a quase sete cidades de São Paulo ou 3 mil campos de futebol por dia.
A previsão da ferramenta leva em consideração o calendário de desmatamento, que por causa do período de chuvas na Amazônia vai de agosto de um ano até julho do ano seguinte, bem como a taxa anual do Prodes. Para a estimativa do desmatamento deste ano, de 11.805 km², a plataforma já está com uma assertividade de 70%.
"As reduções no desmatamento que estamos observando nos monitoramentos mensais são muito positivas. No entanto, elas precisam ser ainda maiores para que a derrubada da floresta volte ao patamar de 2012, quando tivemos menos de 5 mil km² destruídos, e possa chegar ao prometido e necessário desmatamento zero em 2030", afirma Carlos Souza Jr., pesquisador do Imazon e coordenador técnico da PrevisIA.
Segundo o cientista, essa intensificação das ações de proteção à floresta é necessária principalmente devido ao ritmo de desmatamento seguir em grandes áreas amazônicas e contar com fatores agravantes como as queimadas e as secas extremas. "Com isso, florestas que não seriam desmatadas podem virar cinzas", alerta.
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No geral, os três maiores estados do país também são os que possuem as maiores áreas sob risco de desmatamento na Amazônia para 2024. De acordo com a PrevisIA, Pará, Amazonas e Mato Grosso somam 72% da área ameaçada, sendo 34% apenas do primeiro estado. Também ficam no Pará metade das 10 terras indígenas sob maior risco de desmatamento (Kayapó, Apyterewa, Munduruku, Cachoeira Seca e Trincheira/Bacajá).