Greve em SP já impactou 1,7 milhão de passageiros do Metrô e da CPTM
9 linhas do metrô e do trem estão paralisadas; trabalhadores protestam contra a privatização do transporte público
O governo de São Paulo informou que cerca de 1,7 milhão de passageiros foram prejudicados com a greve dos funcionários do Metrô e da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM), até as 12h desta 3ª feira (3.out). Os trabalhadores protestam contra a privatização do transporte público.
Até o momento, a paralisação afeta 9 linhas do metrô e do trem. Duas delas, a Linha 7-Rubi e a Linha 11-Coral, funcionam parcialmente. As linhas administradas pela iniciativa privada operam normalmente.
Metrô
Linha 1-Azul: fechada
Linha 2-Verde: fechada
Linha 3-Vermelha: fechada
Linha 4-Amarela (ViaQuatro): funcionamento normal
Linha 5-Lilás (ViaMobilidade): funcionamento normal
Linha 15-Prata: fechada
Trens
Linha 7-Rubi: operação parcial, de Caieiras a Luz
Linha 8-Diamante (ViaMobilidade): funcionamento normal
Linha 9-Esmeralda (ViaMobilidade): funcionamento normal
Linha 10-Turquesa: fechada
Linha 11-Coral: operação parcial, de Guaianases a Luz
Linha 12-Safira: fechada
Linha 13-Jade: fechada
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O transporte público por ônibus foi reforçado para atender aos paulistanos que ficaram sem o transporte sobre trilhos nesta 3ª. O rodízio de carros também foi suspenso. Com isso, as ruas e avenidas da cidade tiveram trânsito acima da média. Às 8h, o congestionamento registrado pela Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) foi de 598 km. A lentidão às 12h era de 286 km.
A greve conjunta entre Metrô, CPTM e Sabesp começou nesta manhã e deve durar 24h. A paralisação acontece em oposição aos projetos de privatização do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos). Os trabalhadores defendem que as propostas devem ser melhor debatidas, uma vez que a desestatização pode encarecer e piorar a qualidade do serviço.
Eles usam como exemplo a privatização das linhas 8-Diamante e 9-Esmeralda, sob concessão da ViaMobilidade. Desde que a empresa assumiu a administração das linhas, o número de falhas no sistema subiu consideravelmente. Mais de cinco descarrilamentos foram registrados nas duas linhas neste período.
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O que diz o governo
Mais cedo, o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) classificou a greve como ilegal e abusiva, defendendo os estudos de privatização.
O governador ainda criticou os sindicatos de transportes por não respeitarem a liminar da Justiça do Trabalho, que determinou o funcionamento de 100% do efetivo em horários de pico (6h às 9h e 16h às 19h) e de 80% nos demais horários.
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O que dizem os sindicatos
A presidente do Sindicato dos Metroviários, Camila Lisboa, afirma que o governo do estado quer "vender São Paulo para atender aos interesses de bilionários que querem lucrar com o transporte público enquanto a população sofre com o caos diário das linhas privatizadas e da falta de investimento no metrô estatal".
Ainda segundo Camila, os grevistas propuseram a liberação das catracas como uma opção para não prejudicar a população, o que foi proibido pela Justiça do Trabalho a pedido do governo.
"Se o governador Tarcísio estivesse realmente preocupado com o transporte da população, ele teria liberado a catraca, como foi proposto desde o começo", disse ela.
O Sindicato dos Ferroviários de São Paulo, que representa os trabalhadores das linhas 7 e 10 da CPTM, afirma que a greve dos trabalhadores é legítima. Eles destacam que estão lutando contra a privatização e precarização do serviço e, além disso, contra a ida de funcionários da CPTM para as bilheterias das linhas já concedidas para a ViaMobilidade.
Ferroviários foram desviados de suas funções nas estações da CPTM para assumirem as bilheterias das linhas 8 e 9 após a empresa terceirizada responsável pela venda de passagens desistir da operação.