Bolsonaro diz que prisão de Cid foi para atingi-lo e para forçar delação
Em entrevista a canal no YouTube, ex-presidente não comentou caso de joias e citou presos do 8 de janeiro
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) criticou, em entrevista divulgada neste domingo (13.ago), as prisões de auxiliares que trabalharam em seu governo, e disse que as medidas vieram para o atingir e "forçar delação".
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Bolsonaro afirmou que o tenente-coronel Mauro Cid e o sargento Luis dos Reis podem até precisar passar por alguma apuração, mas não deveriam estar presos. As declarações foram dadas em uma gravação especial de Dia dos Pais, para o canal Te Atualizei. A conversa foi gravada em 1º de agosto.
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"Eu tenho dois auxiliares meus diretos presos há 90 dias. Tenho dois que não eram diretos meus mas estão presos ainda, são da ativa, o Cid mais o sargento Reis. Cuja punição se fosem culpados, podem até ser, não sei, não seria passível dessa preventiva que estão sofrendo agora. O objetivo é sempre o que estão fazendo agora, uma delação premiada", declarou Bolsonaro.
A publicação do conteúdo veio em meio às repercussões em torno de investigação que apura possível venda ilegal de presentes recebidos em viagens oficiais pelo ex-mandatário. Na 6ª feira (11.ago), a Polícia Federal fez uma nova operação para apurar o suposto esquema. As investigações indicam que itens foram vendidos sob comando de Mauro Cid, e que valores eram retornados ao ex-presidente. Por meio da defesa, Bolsonaro negou o desvio de bens públicos. O caso segue em apuração.
Na entrevista divulgada neste domingo, Bolsonaro também afirmou que os assessores não têm o que delatar. E também defendeu presos pelos atos golpistas de 8 de janeiro. "A gente não esquece o sofrimento da 200 e poucas pessoas. São seis meses presos", disse.
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Bolsonaro ainda citou os trabalhos da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI), e declarou ter "esperança de um bom final nisso". O ex-presidente ainda criticou o atual mandatário, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), afirmando que o presidente "não dorme" sem falar dele.
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