Leite x Wyllys: Ministério Público do RS pede remoção de postagem contra governador
Ação ocorre após bate-boca entre os políticos nas redes sociais. MP entendeu que houve crime do ex-deputado
O Ministério Público do Rio Grande do Sul (MPRS) pediu à Justiça que determine a remoção do tweet do ex-deputado federal Jean Wyllys (PT) criticando Eduardo Leite (PSDB), governador do Rio Grande do Sul.
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O MPRS também solicitou a quebra do sigilo de dados de Wyllys.
A confusão entre os políticos começou quando Jean Wyllys postou uma mensagem criticando Eduardo Leite, na última 6ª (14.jul). O ex-deputado questionou o anúncio do governador de que o Executivo gaúcho manterá o programa de escolas cívico-militares.
O petista escreveu no Twitter: "Que governadores héteros de direita e extrema-direita fizessem isso já era esperado. Mas de um gay...? Se bem que gays com homofobia internalizada em geral desenvolvem libido e fetiches em relação ao autoritarismo e aos uniformes; se for branco e rico então... Tá feio, bee!".
Leite acionou o MPRS contra Wyllys por homofobia. De acordo com o MPRS, Jean Wyllys é investigado por injúria contra funcionário público e por praticar, induzir ou incitar a discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional, ambos os delitos praticados nas redes sociais.
Na peça, o promotor de Justiça David Medina da Silva fundamenta que, "através da manifestação efetuada pelo suspeito, é possível afirmar que, inobstante críticas ao governo sejam inerentes à Democracia, Jean Wyllys ultrapassou os limites da liberdade de expressão, ofendendo a dignidade e o decoro do Governador do Estado, sobretudo considerando o alcance da publicação, que, em 20.07.2023, às 18h, contava com 543 retweets, 297 tweets com comentários e 5.218 curtidas, além de mais de um milhão de visualizações".
Para o MPRS, o texto contém elementos relacionados à orientação sexual do governador, pela insinuação de que a decisão adotada por Leite em relação à manutenção do programa de escolas cívico-militares em âmbito estadual teria como razão "homofobia internalizada", decorrente de "libido e fetiches em relação ao autoritarismo e aos uniformes".