"A nossa missão é contar história e não virar história", conta Yan Boechat
Correspondente internacional fala dos riscos levar às informações para a sociedade direto do front
A cobertura de conflitos e guerras também entrou em pauta durante o 18º Congresso Internacional da Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji), que aconteceu entre os dias 29 de junho e 2 de julho, no campus da ESPM, em São Paulo.
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O jornalista Yan Boechat, que tem mais de 20 anos de experiência, colaborando com os principais veículos de comunicação brasileiros, falou ao SBT News sobre as dificuldades para cobrir um conflito e suas complexidades sobre como conseguir levar a informação ao público.
"A nossa grande tragédia humana, onde a gente não consegue resolver as situações conflituosas pelo debate e vamos para o conflito em si, vamos pra violência", explica Boechat.
Para ele, especializado na cobertura em regiões de conflito no Oriente Médio e África, uma da ações mais difíceis na atividade é a preparação, como chegar ao front, como se proteger, para poder conseguir as informações e levá-las ao público, preservando a própria vida.
"Eu acho que pra gente, jornalista, a parte mais complicada de cobrir uma guerra é a preparação, é a logística, é saber onde ir, como ir... Ter toda uma preparação em um suporte para conseguir voltar. Porque esse é o ponto mais importante para um jornalista que cobre conflito. Não é apenas ir, mas principalmente, ir e voltar para poder contar a história", argumenta.
Boechat reforça que essa etapa de preparação é importante, para o jornalista conseguir ir até o front de combate e sobreviva para contar a informação, ou então, o trabalho será em vão e pode custar a própria vida.
"Não virar a história e não virar notícia, porque não faz sentido sair daqui do Brasil, ir para um front de batalha e virar uma estatística lá. A nossa missão é contar história, não como você acabou de falar, virar história", reforça o jornalista.
Assista à entrevista completa:
