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Especialistas em educação midiática participam de evento em São Paulo

'Encontro Internacional de Educação Midiática' aconteceu nesta 5ª feira, na ESPM; assista às entrevistas

Com o tema "Educação Midiática para a Democracia e Equidade Social", o Encontro Internacional de Educação Midiática reuniu, nesta 5ª feira (25.mai), na Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM), em São Paulo, autoridades e especialistas para um debate sobre a importância da informação na formação de uma audiência crítica, desde a infância, e no enfrentamento do fenômeno das fake news.

A mudança na dinâmica entre produção e consumo de conteúdo, com o crescimento exponencial das redes sociais, e o avanço das tecnologias, dentre elas a Inteligência Artificial, também foram destaques nas mesas de debate, que contaram com nomes como Adauto Soares, da UNESCO, Jonathan Austine, da Embaixada e Consulado dos Estados Unidos e Patrícia Blanco, do Instituto Palavra Aberta.

+ Avanço da tecnologia traz desafios para mídia e na formação do senso crítico

Em entrevista ao SBT News, o presidente da ESPM, Dalton Pastore, destacou que, atualmente, "qualquer pessoa é uma mídia", capaz de produzir e disseminar conteúdo tal como um veículo de comunicação e, por isso, a necessidade de educar para combater a desinformação.

"As mídias clássicas - o jornal, o rádio, a televisão -, tudo isso foi discutido, durante muitos anos, essas mídias foram discutidas por essas mídias, para trazer fatos reais, verdadeiros, checados, e a mídia digital, que é muito mais recente, está precisando passar por essa mesma discussão. O que é uma necessidade, inclusive, dramatizada no instante em que, hoje, praticamente, qualquer pessoa é uma mídia. Qualquer pessoa produz conteúdo, divulga conteúdo", explicou Danton.

"Nós não vamos voltar àquele tempo em que os comunicadores tinham o monopólio da palavra".

"Esse monopólio foi perdido e não se recupera. Não se recupera monopólio. Então, todas as pessoas passaram a ter voz, todas as pessoas passaram a falar, produzir conteúdo. E o algoritmo vai ajudar essas pessoas nessa tarefa. Então, a única saída, por mais complexa que ela seja, é a educação midiática. Para quem fala, e para quem escuta", ele pontuou.
 

Confira a entrevista na íntegra com Dalton Pastore, presidente da ESPM:

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Para a presidente do Instituto Palavra Aberta, Patrícia Blanco, a educação midiática deve passar a integrar o currículo escolar já nas séries primárias, visto que a exposição às informações começa ainda na infância - e em grande quantidade.

"O conceito de alfabetização mudou. Junto com aprender a ler e a escrever, você precisa também saber interpretar todos os conteúdos que chegam até nós nessa avalanche informacional. Então, a educação midiática tem que estar já nos primeiros anos, para que, junto com esse aprendizado da leitura, você saber também da onde vem aquela informação, interrogar aquela informação".

Patrícia Blanco defendeu ainda necessidade de uma mudança no padrão de consumo da informação. "A sociedade como um todo precisa entender não só que esses instrumentos te deram um poder enorme de acessar [conteúdos], mas também te trazem uma responsabilidade ainda maior na hora de interagir com conteúdos. Isso é o que acontece com o fenômeno da desinformação, por exemplo".

"A gente precisa sair da passividade. É uma responsabilidade desse novo consumidor de informação do século XXI. A gente precisa ter essa atitude proativa".

Confira a entrevista na íntegra com a presidente do Instituto Palavra Aberta, Patrícia Blanco:

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Já o coordenador de Comunicação e Informação do Escritório de Brasília da Unesco, Adauto Soares, observou que a implementação da educação midiática no currículo escolar só será possível a partir da democratização do acesso à educação.

"O governo, hoje, tem uma dificuldade enorme, econômica, de incluir todos. A população brasileira é enorme. Fazer uma comparação de qualidade antes da universalização não dá", ponderou Soares. "A gente tem um desafio demográfico enorme, porque é um país continental. Então, a qualidade da educação ela vai se dar também diante desse desafio da demografia brasileira. A quantidade de jovens e crianças que precisam ser incluídas na educação".

"A gente tem que tomar cuidado com essa questão da qualidade em função do acesso. Até 2000, nem todos os brasileiros tinha acesso à educação, ou seja, ela tinha uma qualidade, mas não era para todos". 

Adauto Soares comentou ainda sobre o papel dos profissionais da educação nesse processo. "Tem a preparação dos professores, mas também tem a renegociação com os profissionais com relação aos novos papéis que ele tem que executar. O professor, foi feito um acordo para que ele fizesse tal coisa, e isso tem que ser acordado: qual será o papel do professor?", questionou Soares, observando que a atuação dos profissionais também está atrelada à estrutura educacional oferecida a eles.

"Depende de onde esse professor está, qual o nível de infraestrutura que ele tem. Então, você pode formar esse professor - é muito importante que esse professor seja formado -, mas ele tem que ter tecnologia e suporte na escola para fazer qualquer coisa que seja". 
 

Confira a entrevista na íntegra com o coordenador de Comunicação e Informação do Escritório de Brasília da Unesco, Adauto Soares:

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O desenvolvimento de políticas públicas para tornar a educação midiática uma realidade nas escolas brasileiras foi uma das principais pautas do Encontro Internacional de Educação Midiática

Para aprofundar esse tema, o SBT News conversou com o secretário de Direitos Digitais e Educação Midiática da Secretaria de Comunicação Social (Secom), João Brant.

+ Secom critica engajamento nas plataformas e lança consulta pública de educação midiática

O secretário falou sobre alguns desafios do governo federal para introduzir a matéria na grade curricular. "A primeira coisa é pensar em escala. O Brasil não permite que a gente fique pensando em pilotos que não gerem escala. Então, um dos nossos olhares é 'se a educação midiática hoje você tem boas experiências espalhadas pelo país, nós temos que pensar como é que ela pode ser ampliada no país todo'. A segunda coisa é trabalhar em parceria com a sociedade civil. Nós temos muitas experiências ricas na sociedade civil, temos muitos aprendizados".

"Os governo locais - municipal, estadual e federal - precisam aprender com quem, nos últimos anos, esteve dedicado a esse tema, mesmo que ele não estivesse no currículo"

Brant também destacou a importância da educação midiática na formação dos jovens. "Nós precisamos garantir que crianças, adolescentes e adultos tenham acesso a políticas de educação midiática. O que a gente chama de educação midiática? É a capacidade de você ler de forma crítica, produzir comunicação e entender esses mecanismos de distribuição atuais. Nós temos hoje uma geração nativa digital, que tem um nível de intimidade super altos com as tecnologias, mas não necessariamente uma visão crítica sobre elas. Então, nós precisamos pensar isso de forma articulada, tanto em diversas áreas do governo federal, quanto com estados e municípios".
 

Confira a entrevista na íntegra com o secretário de Direitos Digitais e Educação Midiática do Governo Federal, João Brant:

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Ao SBT News, a professora e diretora de Inovação Pedagógica da Prefeitura do Rio de Janeiro, Débora Garofalo, contou a experiência dela com projetos ligados à robótica em escolas públicas e a importância da democratização do acesso à tecnologia.

Primeira sulamericana finalista do Global Teacher Prize, prêmio considerado o Nobel da Educação, Débora Garofalo destacou a necessidade de investimento em educação, desde a valorização dos profissionais à promoção de infraestrutura em escolas públicas do país.

"A gente precisa trazer a educação como um concerne da nossa sociedade".

"A gente precisa ressignificar esse pilar. E esse pilar de ressignificação passa por uma valorização da formação do professor, da carreira desse profissional, mas também da unidade escola. Quais as escolas que nós estamos fomentando?"


Confira a entrevista na íntegra com a diretora de Inovação da Multirio, Débora Garofalo:

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A cooperação entre o governo brasileiro e entidades como a Unesco, a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura das Nações Unidas foi um dos destaques do evento.

O coordenador da Aliança Global da Unesco, Alexandre Sayad, contou ao SBT News um pouco sobre a atuação da organização no Brasil e no mundo para a promoção da educação midiática.

"O Brasil hoje tem uma agenda importante de educação midiática, haja visto que o governo agora tem um departamento de educação midiática. A questão da informação, que antes era muito regulada, e muito cobrada em cima dos veículos tradicionais (...) agora, as mídias digitais também vão ter que ter alguma responsabilidade sobre essa questão. Então, essa é uma tendência mundial que entra na pauta de todas as ações que a Aliança Global da Unesco faz no mundo, sejam elas na universidade, na escola, junto aos meios, junto às associações da sociedade civil", ele explicou.

Alexandre Sayad também destacou a necessidade de melhor capacitação dos profissionais de educação para as necessidades de aprendizado das novas gerações. "A formação inicial de professor tem que considerar a questão das mídias, do algoritmo de inteligência artificial e a formação continuada também", observou Sayad. "Tem uma questão mais particular, que já é histórica no Brasil, que é uma defasagem da formação inicial dos professores na universidade para o que eles encaram na sala de aula. Se essa defasagem já acontecia, agora você pode multiplicar ela por dois, por três, conformo o tempo passa, essa brecha vai aumentando".

+ "Existe uma falta de percepção da realidade", diz Renne Robbs

Outro tema comentado pelo coordenador da Aliança Global foi o impacto das novas tecnologias, como a inteligência artificial.

"A inteligência artificial é reconhecida, pelos especialistas, como uma tecnologia de impacto sistêmico. Ela tem um poder de impacto como o da luz elétrica. Ela não vai impactar só a maneira de educar, ela vai impactar tudo, já está impactando".

Confira a entrevista na íntegra com o coordenador da Aliança Global da Unesco, Alexandre Sayad:

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A educação midiática também tem sido pautada por plataformas e redes sociais, que têm desenvolvido campanhas de conscientização de seus usuários, como uma das formas de combate à desinformação. Um exemplo dessas iniciativas é a 'Aperte o Pause', do Google.

O gerente de Marketing do Youtube, Felipe Gouveia, falou um pouco sobre os objetivos da campanha."É uma iniciativa de cidadania digital, encorajando pessoas a pensarem, a ter um pensamento mais crítico referente à informação, uma atitude mais respeitosa e responsável online. E lançamos essa nossa primeira campanha que foca em literacia midiática, com o objetivo de encorajar as pessoas a pararem um pouco e considerarem a informação, a fonte, as atitudes..."

Confira a entrevista na íntegra com o gerente de Marketing do Youtube, Felipe Gouveia:

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Especialista em educação e fundador da ONG 'Alfabetização Midiática para a Cidadania' (EAVI), o italiano Paolo Celot, compartilhou um pouco da experiência de projetos europeus voltados ao tema, durante o Encontro Internacional de Educação Midiática. Ao SBT News, Celot destacou que um das maiores dificuldades da área tem sido educar e informar a população a respeito de tecnologias que se renovam rapidamente.

"Um dos principais desafios é acompanhar a tecnologia, com a tecnologia mudando todo dia. Hoje, nós temos o ChatGPT e inteligência artificial, e somente poucas pessoas sabem sobre o impacto e, portanto, é muito difícil ensinar algo que ainda não se sabe muito sobre. Mas, também há alguns denominadores comuns na tecnologia, com implicações e consequências na dimensão humana, por exemplo, ao moldar a mente das pessoas quando elas vão votar, ou a integridade das eleições, e isso é algo que temos que trabalhar", disse Paolo Celot.

O italiano ainda lembrou da importância dos pais na educação e proteção das crianças no ambiente digital, e o papel do Estado no suporte às famílias. "Políticas públicas podem dar uma direção aos pais do quão eles devem se atentar ou não. Elas podem auxiliar as famílias, elas podem auxiliar as crianças, deixando-os mais seguros quando estão online".

"Essa internet é feita para adultos e, mesmo que haja bastante oportunidades, as crianças estão em risco".

"Para crianças é um local arriscado e, frequentemente, os pais não estão equipados para ajudá-los, e têm dificuldade para achar orientação de especialistas. Então, eles não sabem o que fazer", concluiu o especialista.

Confira a entrevista na íntegra com o fundador da ONG 'Alfabetização Midiática para a Cidadania', Paolo Celot:

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Uma das grandes referências no tema, a fundadora e diretora do Media Education Lab, Renee Hobbs, foi uma das palestrantes de destaque no Encontro Internacional de Educação Midiática.

Ao SBT News, a especialista defendeu a importância do exercício do diálogo para no combate à polarização e ao extremismo.

"O mais importante é ter conversas corajosas"

"Hoje, por causa das câmaras de eco, estamos cercados por pessoas que pensam como nós, nossos amigos e familiares. Muitas vezes vivemos em uma pequena bolha de pessoas com quem concordamos, e eles concordam conosco. Mas, para despolarizarmos a sociedade, devemos praticar 'falar e ouvir' as pessoas cujas opiniões são diferentes das nossas, e não tentar persuadir, não tentar debater, apenas tentar entender. Este é o primeiro passo para o tipo de educação cívica, que promova a paz e a solução democrática de problemas", argumentou Hobbs.

Renee Hobbs falou ainda sobre a disseminação de discursos de ódio nas redes sociais, propiciada pelos algoritmos das próprias plataformas.

"A maioria de nós desconhece é a forma como as plataformas são projetadas para monetizar nossa raiva". 

"Não estamos totalmente cientes de como o modelo de negócios das plataformas digitais quer que fiquemos com raiva, quer que odiemos. E isso é uma coisa importante para entender, porque este é um problema estrutural da própria indústria de tecnologia", ponderou.

Confira a entrevista na íntegra com a diretora do Media Education Lab, Renee Hobbs:

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Diretora-executiva da Associação Nacional para Educação em Alfabetização Midiática (Namle, na sigla em inglês), Michelle Ciulla também foi uma das convidadas do evento. 
Ao SBT News, a pesquisadora defendeu que as conversas sobre desinformação devem ser aprofundadas, até porque, segundo Ciulla, esse não é o principal problema do nosso sistema de comunicação. A rapidez com que mudou nos últimos 20 anos também faz com que tenhamos dificuldade para entender as diferentes maneiras pelas quais obtemos informação. 
"Eu acho que para construirmos uma rede que possa trabalhar junto para entender o problema. Porque o problema não é apenas a desinformação, o problema é que o nosso sistema de comunicação mudou completamente em 20 anos e nenhum de nós sabe o que fazer com isso. Então, quais habilidades nós precisamos para esse tipo de ambiente que está sempre mudando? Mas é por isso que, às vezes, eu fico frustrada ao falar sobre desinformação, porque eu argumentaria que nós nem ao menos entendemos a informação. Nós não entendemos realmente todas as diferentes maneiras pelas quais obtemos informação, entretenimento, você sabe, vídeogames, diferentes plataformas de mídia social, então é muito importante que a gente não pense que isso é somente um problema de desinformação, porque, se magicamente a gente tirasse toda essa desinformação, nós ainda precisaríamos de letramento midiático, educação midiática, porque existem tantos meios de comunicação que nos impactam todos os dias", afirmou.
Confira a entrevista na íntegra com a diretora-executiva da Associação Nacional para Educação em Alfabetização Midiática (Namle), Michelle Ciulla:
 
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