Lula: Instituições de ensino não podem ceder a ameaças de terroristas
Segundo presidente, "cachorro que late não morde" e instituições devem dar aulas mesmo com ameaças
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse nesta 4ª feira (19.abr) que as instituições de ensino não podem ceder as ameaças e que "cachorro que late, não morde". Segundo o chefe do Executivo, "não tem que satisfazer aos terroristas que fazem ameaças". As declarações foram dadas no anúncio da recomposição orçamentária para universidades e institutos federais, em cerimônia durante a tarde no Palácio do Planalto. O mandatário se referia às supostas ameaças que circulam nas redes sociais sobre ataques orquestrados nos próximos dias.
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Lula ainda afirmou que é preciso encontrar uma saída para a onda de ódio que tomou o país desde 2013 que, segundo ele, culminou no impeachment da ex-presidente Dilma Roussef e, posteriormente, a prisão dele.
"Tivemos uma reunião com prefeitos e governadores para dicutir a questão do ódio e violência, que vai de uma creche, como o que aconteceu em Blumenau, até as universidades, que tem gente que não quer abrir as portas para dar aula amanhã. Cachorro que late, nao morde. A gente não tem que satisfazer os terroristas que fazem ameaças. A gente tem que dar as aulas. A gente tem que encontrar uma saída", disse o petista.
"Ainda não temos especialista para entender tudo o que está acontecendo. Mas, tem gente que acha que a solução levantar muro de creche, colocar detector de metais. Imagina uma criança de seis anos passar por detector de metais? A gente precisa usar a nossa inteligência (para lidar com isso)", continuou.
Lula se reuniu nesta 3ª (18.abr) com ministros de estado, do Supremo Tribunal Federal (STF), parlamentares, governadores e secretários de Educação e anunciou a destinação de R$ 3 bilhões para um pacote de ações integradas para prevenir a violência nas escolas. No entanto, os recursos serão liberados de forma escalonada.
Escola Segura
Uma Força-tarefa do Ministério da Justiça e Segurança Pública apreendeu nesta quarta dez adolescentes por "ameaças de ataques a escolas". A Operação Escola Segura também cumpriu ordens para internações provisórias, 13 mandados de busca e apreensão e 11 afastamentos de sigilo de dados dos adolescentes. A operação foi realizada em São Paulo, no Rio de Janeiro, Paraná, em Santa Catarina e Pernambuco.
Os jovens, que têm entre 11 e 17 anos, foram encaminhados para internação provisória, e são investigados "pela prática de atos infracionais equiparados aos delitos de ameaça, incitação ao crime, apologia ao crime ou criminoso, associação criminosa, além de incorrerem nos artigos 12 e 14 do Estatuto do Desarmamento".