Jornal da Grávida é relançado em formato digital

Assunto rodeado de clichês, a maternidade é um momento único e bastante particular na vida de cada mulher. Também pode ser um período solitário, em que gestantes passam não só por mudanças físicas e emocionais, bem como por uma profunda transição existencial que requer apoio, acolhimento, respeito e cuidado. 

Pensando nisso, o Jornal da Grávida, veículo impresso consagrado em Salvador, na Bahia, na década de 1980, será relançado nesta 3ª feira (28.mar) em formato digital.

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Idealizado e fundado pela fisioterapeuta Mirca Ocanhas, mestre em Ciências da Saúde, especialista em Saúde da Mulher, o jornal procura reduzir a desigualdades no acesso à Saúde, principalmente para mulheres em vulnerabilidade social.

Ao SBT News, Ocanhas falou quais são suas expectativas para o projeto e o porquê de relançar o jornal. 

"Em 1984 a minha preocupação era levar informações para diminuir a lacuna existente entre o acesso às informações sobre saúde. É triste pensar que hoje, 2023, a gente ainda vive essa realidade.", avalia. 

"O que queremos é levar para as mulheres gestantes, no pós-parto e principalmente na hora do parto, todas as informações possíveis para ela passar uma gravidez saudável, com bem-estar, tirando da frente todas as possíveis intercorrências".

Veiculado quinzenalmente no Youtube, o Jornal da Grávida terá 8 blocos e duração de 12 minutos. Cada bloco será apresentado por especialistas convidados e planeja levar às mulheres gestantes e no pós-parto, entre outros, informações como cuidados físicos, psicológicos, emocionais e nutricionais na gravidez e pós-parto, assim como puerpério, amamentação e dicas de vacinação.

A cada três edições, o Jornal da Grávida também trará o quadro Tabus e Preconceitos.

Concebido a partir da experiência de Mirca como sexóloga no Instituto de Psiquiatria da USP, especialização que adquiriu em 2016, o quadro será mais um meio de abordar tópicos sensíveis e rodeados de preconceitos, como gravidez e deficiência, casais homoafetivos e violência obstétrica.

"Não podemos virar as costas para assuntos tão importantes, tão necessários para populações gigantescas. Então o jornal também está preocupado com essa abrangência de falar com mulheres que tenham eventualmente deficiência, mulheres negras, pardas, amarelas, brancas, e de todas as raças, cores e classes sociais", afirma Mirca. 

Para isso, ela espera contar com a ajuda eventual do governo do estado e até mesmo federal para espalhar o Jornal da Grávida para locais onde é mais necessário, como em Unidades Básicas de Saúde (UBSs). 

Por enquanto, o jornal será divulgado, além das redes sociais, por meio de banners com QR Code espalhados por locais que realizam o atendimento de mulheres gestantes em vulnerabilidade social. 

Além disso, o Jornal da Grávida disponibilizará um canal de Whatsapp para que eventuais dúvidas, dicas e perguntas possam ser enviadas e respondidas em programas posteriores.

"O que a gente quer é que isso se torne uma realidade, será a nossa contribuição para realmente levar saúde, informações, ensinamentos, acolhimento e acesso à saúde básica para essas mulheres em vulnerabilidade social. Esse é o nosso maior objetivo" conclui a especialista.